O Centro Histórico é a área mais antiga da cidade de São Paulo. Formada pelos bairros da Sé e República, foi também o principal distrito financeiro da cidade até aproximadamente a segunda metade do século XX, concentra a maior parte dos edifícios que retratam a história da cidade, como o Pátio do Colégio, local de sua fundação em 25 de janeiro de 1554, além de vários centros culturais, bares, restaurantes, museus e prédios públicos municipais e estaduais.
A hoje degradada região central da cidade, fruto do constante descaso dos governantes ao longo dos anos, contrasta com a grande variedade, a tradição e a alta qualidade dos restaurantes que ali existem, posicionando-a como um dos principais centros gastronômicos da cidade.
Apenas para citar algumas casas, certo de que vou cometer alguma injustiça: os petiscos do Bar da Dona Onça (já falamos sobre eles aqui no blog), o happy-hour do Salve Jorge, os excelentes (e caros) restaurantes que circundam a BM&F Bovespa – La Bourse, Nova Opção, Bovinu’s e Badebec – , o Filé Au Poivre com 8 cm de altura do La Casserole, os croquetes e o Filet de meio-quilo coberto com Alho do Moraes, o Almarana e seu sensacional rodízio árabe, as lotadas casas de Walter Mancini na Rua Avanhandava, os tradicionais Sanduíches de Pernil do Estadão ou de Bauru do Ponto Chic (com rosbife e quatro tipos de queijos), os famosos quiosques de comes e bebes do Mercado Municipal (com sanduíche de mortadela e pastel de bacalhau), a melhor bisteca da cidade no Sujinho, os imperdíveis doces do Café Girondino, o requinte e a vista panorâmica do Terraço Itália, isso sem falar do inesquecível brunch do Mosteiro de São Bento.
Numa região com tantas opções para comer com qualidade, o Restaurante Piero Pasta e Café, presente há 26 anos escondido entre o Pátio do Colégio e a Praça da Sé, foi uma grata surpresa.
Ambiente simples, salão amplo, atendimento rápido e eficiente (garçons que provavelmente trabalham lá desde a inauguração), oferece um concorrido almoço de segunda à sexta para atender o exigente público da região, formado em sua maioria por funcionários públicos.
O tiozinho em pé na foto acima é o dono - fiscaliza tudo, pega no pé dos garçons... Uma figuraça!!!
Grande variedade de massas e molhos, tudo fabricado no próprio restaurante, além de excelentes grelhados, com destaque para as carnes (filet mignon) e peixes (bacalhau). Pratos muito bem servidos em porções para 2 pessoas.
O nhoque deles faz um sucesso danado, e não duvido nada que seja o carro-chefe da casa. As massas frescas são servidas numa travessa bem funda, o que é certeza de que você sairá de lá bastante satisfeito.
De entrada, o garçom servirá o couvert, composto por cesta de pães italianos, manteiga, sardela e azeitonas pretas. Tudo é sensacional, mas vale lembrar que os pratos são gigantes, portanto aprecie o couvert com moderação.
Para beber, a jarra de vinho da casa e o suco de uva “Casa de Madeira” são ótimas pedidas. Na minha opinião, toda casa que vende suco de uva integral ao invés daquelas porcarias em polpa ganha pontos comigo.
Pedimos o “Cappeletti à Moda” (molho rosé, catupiry e bacon), guarnecido por um excepcional filet mignon grelhado. A massa, de cozimento extraordinário, tem formato de anel e é generosamente bem recheada. O molho é intenso, com o bacon e o catupiry formando um casamento perfeito. A presença do parmesão (sim, a massa é servida acompanhada por um potinho de parmesão) intensifica o sabor. Grande prato.
Todavia, o filet mignon que pedimos de acompanhamento foi, na minha opinião, o ponto alto da refeição. Corte bem servido, extremamente macio e suculento, muito fibroso (do jeito que eu gosto), me fez lembrar as carnes que minha mãe e minha avó faziam quando eu era criança.
Quem assistiu o desenho “Ratatouille” e lembra da cena em que o Ego (crítico gastronômico) prova o Ratatouille feito pelo Remy (o rato), sabe do que estou falando:
Não sei se é o tempero, a qualidade da carne, o modo de preparo – já tentei inúmeras vezes fazer uma carne com o mesmo sabor, e não consigo. Há anos não como uma carne com o mesmo sabor. Inesquecível. Na hora do almoço, as sobremesas são por conta da casa: pedimos uma mousse de chocolate e um creme de papaya com cassis. Não espere nada de mais – são saborosas, mas dentro da média.
Valor da conta: couvert, 3 sucos integrais, 1 massa, 1 carne, serviço = R$ 98,34.
Não é um lugar para comer todos os dias (o mesmo vale para todos os restaurantes que listei no começo do post), mas certamente é um lugar para quem busca um excelente italiano no Centro de SP. Não só recomendo como voltarei em breve.
Vale dizer que o restaurante vive colocando promoções nesses sites de compra coletiva, que em alguns casos oferece descontos de até 50% nos pratos principais. Fica a dica.
Endereço: Rua Roberto Simonsen, 98, Centro (Metrô Sé)
Telefone: +55 (11) 3104-7564
Horário de atendimento: De segunda à sexta das 11hs às 16hs. Não abre para o jantar, tampouco nos finais de semana. Uma pena, mas sabemos que o Centro de SP não é dos lugares mais seguros do mundo. Internet: http://www.pieropastaecafe.com.br/
quarta-feira, 25 de abril de 2012
São Paulo - Piero Pasta & Café
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1 comentários:
Lembro-me que a primeira vez em que estive no Piero, vc me recomendou o "Cappeletti à Moda". Tava divino, tanto que das outras vezes que fui almoçar lá, acaba pedindo sempre este prato. bj Ligia
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