Risoto de funghi secchi com picanha na chapa
Quem me conhece sabe que sou fã incondicional de Monte Verde, para onde não raro fujo para comer uma boa comida, apreciar as belas paisagens, subir às montanhas ou, simplesmente, ficar sem fazer absolutamente nada.
A partir de São Paulo, a viagem até Monte Verde leva pouco menos de 2 horas, o que torna bastante viável um bate-e-volta, embora o ideal seja passar entre 2-3 dias na cidade.
Em tempo: diferentemente do que muitos acham, Monte Verde não é uma cidade, mas sim um distrito de Camanducaia, que obviamente não quer abrir mão da arrecadação gerada pelos turistas.
Tranquilidade, clima de montanha e variada oferta gastronômica são os pontos-chave de quem procura Monte Verde para descansar. O crescente aumento dos turistas nos últimos 10 anos, que passaram a buscar Monte Verde como uma alternativa à caótica e sempre cheia Campos do Jordão, trouxe desenvolvimento à região – a antes esburacada estradinha de terra que sai de Camanducaia agora é um tapete de asfalto, novos restaurantes e hotéis instalaram-se na região, mirando um público cada vez mais exigente, mas com disposição para gastar.
Por outro lado, ainda é possível contar nos dedos a quantidade de ruas com algo parecido com asfalto, a famosa agência do Bradesco no centrinho é a única do gênero na região e enfrentar os constantes atoleiros das estradas que dão acesso às montanhas em dias pós-chuva ainda seja um verdadeiro tormento.
Bastante procurada por amantes de esportes de aventura, conta com imponentes montanhas da Mantiqueira, cujos picos se elevam a mais de 2000 metros de altura, que podem ser exploradas a pé ou por motocross: Pedra Redonda, Pedra Partida, Pico do Selado, Chapéu do Bispo.
Monte Verde também atrai os casais que procuram paz e sossego, gostam de um friozinho acompanhado por um bom vinho/fondue e não abrem mão de um bom chalé com lareira, cama king size e todo o conforto possível. A rede hoteleira reúne mais de 50 estabelecimentos, onde Kuriuwa e Myrante da Colyna destacam-se pela busca da perfeição nos mínimos detalhes. Para os(as) pequenos(as), o Cabeça de Boi é referência.
Existe ainda um terceiro grupo de turistas que visita Monte Verde, em busca de locais para apreciar uma boa cachaça mineira, tendo Salinas como referência para os principais rótulos. Existem várias lojinhas no centro onde é possível provar e comprar a “marvada”, envelhecida de tudo quanto é jeito. Para mim a melhor loja do gênero é a “A Pioneira”, que também vende queijos, salames, licores, além de doces de leite, nata e compotas.
Monte Verde hoje conta com restaurantes de qualidade elevada, que oferecem aos visitantes desde a tradicional comida mineira até opções das cozinhas italiana, alemã e portuguesa, entre outras. O único porém dos restaurantes é a atual moda da “Música ao Vivo” na hora do almoço, usada à exaustão por praticamente todos os estabelecimentos da cidade. Deixo claro que não tenho nada contra às pessoas que ganham seu sustento de forma digna, mas acho que música ao vivo em plena hora do almoço não combina. Jantar naturalmente tem um clima mais relax, mas sentar para almoçar com música alta na orelha enche o saco.
Um dos meus preferidos (que infelizmente também tem musica ao vivo no almoço) é o Panela de Ferro, provavelmente um dos melhores da cidade. Ambiente rústico, tem como carro-chefe as carnes, com destaque para a picanha na pedra e a costela bovina no bafo, sem esquecer as fondues e trutas.
Cardápio na mão, Erdinger geladíssima (e bem tirada) à mesa, pedi um risoto de funghi secchi acompanhado de fatias de picanha na chapa. Não me lembro de ter comido risoto tão bom - sabor intenso (e muitos pedaços) de cogumelos, úmido à perfeição. A picanha, supostamente a estrela do prato, temperada apenas com a insuperável dupla sal grosso/pimenta e grelhada na pedra, estava suculenta e tenra. Prato para comer de joelhos.
A Luciana pediu a costela bovina no bafo, acompanhada de arroz branco, feijão tropeiro, ovo frito, couve, banana frita à milanesa. Nada mais mineiro. Cozida durante horas, a carne solta com o simples toque do garfo. Feijão tropeiro bem temperado, ovo com gema mole. Ela gostou tanto, mas tanto, que voltamos à Monte Verde pouco tempo depois, só para repetir a dose. E estava bom idem.
Caso ainda tenha sobrado algum espacinho na barriga, pague a conta e saia para caminhar umas duas quadras na direção oposta à entrada da cidade. Em frente ao Bradesco existe uma lojinha de doces e sorvetes, se não me engano chamada “Doce Art”, que vende uma das melhores tortas de chocolate que já comi, um pedaço bem servido por um preço que é uma piada: R$ 3,50.
Valor da conta: 1 cerveja, 1 suco, 2 pratos, serviço = R$ 110.
Endereço: Av. Monte Verde, 945 – Monte Verde, Camanducaia – MG
Telefone: +55 (35) 3438-1785
Estacionamento: Na rua, UAI
quarta-feira, 7 de março de 2012
Monte Verde - Panela de Ferro
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1 comentários:
Caros,
Monte Verde espera vocês por lá novamente, pois a estrada que liga Camanducaia ao distrito está asfaltada e a Avenida Monte Verde foi revitalizada, com troca do calçamento, e ficou bem legal!
Sejam bem vindos!!!
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