Cochinillo Asado
Para quem visita Madrid pela primeira vez, conhecer o El Botín é quase uma obrigação: fundado em 1725, é o restaurante mais antigo do mundo segundo o "Guiness". Recomendado por 10 entre 10 guias turísticos. Vive cheio de gente, principalmente estrangeiros.
Okay, é um restaurante turístico. Eu poderia citar muitos restaurantes “turísticos” onde o atendimento é ruim e a comida, péssima. Difícil manter a qualidade quando a maior preocupação é a quantidade, o giro. O El Botín é um caso de sucesso, onde a história é a grande protagonista, mas a comida vale muito a pena.
O El Botín é cheio sim, embora a crise tenha minguado o número de espanhóis: por baixo, 90% do público é de brasileiros, que ficam admirados com a história do lugar (por exemplo, era o restaurante preferido de Ernest Hemingway, carinhosamente citado no site, seção “Sobre Nosotros”) e tiram fotos de tudo e todos (não mais que os japoneses, lógico).
Como os brasileiros que visitam a Espanha não fazem o menor esforço de tentar falar alguma coisa compreensível de espanhol (o que, aliás, acho um absurdo), os garçons decidiram aprender português: muitos deles respondem e falam sem problemas. Ganham o cliente.
Sobre os ambientes: o andar inferior é todo de pedras, praticamente não tem janelas, as mesas são apertadas, mas é silencioso. Os superiores têm as paredes decoradas com azulejos antigos, apertados idem, e bem barulhentos: não se espante se uma banda aparecer e resolver tocar para “animar o ambiente” (e ganhar uns trocados, lógico).
Salão do andar inferior
Salão superior e a bandinha animando o público
Para muitos, o sucesso da casa resume-se a 2 pratos: “Sopa de ajo con huevo” de entrada, e o “Cochinillo Asado”, de prato principal. Realmente são bons – a sopa é forte, consistente, com batatas, bacon em pedaços e pão. O porco, assado à perfeição em forno a lenha (datado de 1725), e acompanhado de batatas, é obrigatório.
Sopa de ajo con huevo
Forno a lenha - tradição desde 1725
Na minha última visita, resolvi mudar: pulei a entrada, e fui paquerado pelo “Sollomillo Botín (al champiñón)”, um senhor filet ao molho madeira com carne impressionantemente saborosa, champignons gigantes e um molho madeira para comer de joelhos.
Gosto muito de vinhos, mas resolvi fugir dos tradicionais (e turísticos) tintos: inovei, e ousei harmonizar o prato com um vinho branco. Vale registrar o espanto do garçom, mas ele aceitou meu desafio: indicou o excelente “Viñas del Vero Somontano Gewurztraminer”. Abacaxi no nariz, um pouco ácido na boca, mas bem refrescante. O casamento deu certo.
De sobremesa, fugi das combinações óbvias com “manzanas”, “chocolates” e “helados” e arrisquei: pedi a “Copa Mascarpone com Mango”. Refrescante e saboroso, não é enjoativo – a combinação do queijo e da fruta deixa as papilas gustativas doidinhas. Cada colherada é diferente. Escolha certeira.
No final, imploramos por uma cama, mas infelizmente não fomos atendidos.
Conta: prato principal (2), sobremesa (1), vinho (1), água (1) e suco (1) + serviço: 100 Euros.
Endereço: Calle de los Cuchilleros, 17 (bem pertinho da Plaza Mayor) – Metrô Sol
Abre todos os dias do ano, exceto 24/12 e 31/12, das 13hs às 16hs e 20hs às 24hs.
Internet: www.botin.es
Reservas: +34 91 366 4217 ou www.botin.es/web/reservas
sábado, 3 de dezembro de 2011
Madrid - El Botín: Turístico, muvucado, repleto de brasileiros, mas mesmo assim vale a pena
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