terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Bogotá – La Tartine: um pedaço gostoso da França em La Candelaria


Salsicha de Toulouse

A região central de Bogotá (onde fica o bairro de La Candelaria) é bem famosa por suas atrações turísticas – só para citar algumas, lá estão o Museo del Oro, Museo Botero, Plaza Bolivar, Casa de Moneda, Cerro Monserrate – mas é colocada em segundo plano quando o assunto é gastronomia.

O charme gastronômico da região conhecida como “Zona C” está nos restaurantes pequenos e familiares, onde o dono (que quase sempre é também o chef) recebe os(as) clientes como se fossem amigos(as) de longa data para um banquete no quintal de casa, regado a boa comida, vinho e boa conversa.

Para descobrir a boa gastronomia da La Candelaria, é preciso caminhar por suas ruelas estreitas e ladeiras sem fim. Nas minhas andanças em busca de restaurantes que valem a visita, me deparei com esta casa com fachada pequena e tímida, carinha de bistrô parisiense, com as bandeiras da França e Colômbia hasteadas na porta.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Turismo em Praga: Cidade Velha (Old Town, Staré Město)


Relógio Astronômico (Astronomical Clock, Pražský orloj)

Centro antigo onde Praga nasceu na Idade Média e um dos bairros históricos mais bonitos da Europa. Ainda é possível ver os vestígios dos antigos caminhos comerciais do século X que bordeavam o rio e desembocavam em seus pontos de cruzamento quando ainda não havia nenhuma ponte ligando os dois lados do Rio Moldava. Entre os séculos 11 e 12 foram construídas diversas igrejas, as quais testemunhavam a existência de uma certa estrutura urbana que era completada com algumas casas fortificadas e rotundas espalhadas pela cidade.

Região de comerciantes e da burguesia, a Cidade Velha obteve sua independência em 1338, e teve jurisdição autônoma até 1784, quando as até então quatro cidades históricas de Praga (Cidade Velha, Bairro Pequeno, Bairro do Castelo e Cidade Nova) foram agrupadas. Seu traçado irregular de pequenas ruas, passagens, pátios e praças pitorescas é um verdadeiro labirinto, que abriga a maioria dos prédios históricos, igrejas e museus da cidade, além de lojas, bares e restaurantes.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Bogotá – Trattoria Nuraghe (La Candelaria)


Linguine al Ragú, o clássico dos clássicos com execução perfeita

Um dos achados e preciosidades de La Candelaria. Embora seja um restaurante bem avaliado no TripAdvisor, muitos podem ficar com um pé atrás e achar que a região central de Bogotá, imperdível pelas inúmeras atrações turísticas, não reúna bons restaurantes. Não poderiam estar mais enganados.

É verdade que exemplos como o Nuraghe, La Tartine e Cuban Jazz Café (falarei sobre os dois últimos em posts futuros) são poucos se avaliarmos outras zonas gastronômicas de Bogotá, entretanto no quesito qualidade a região não perde para nenhuma outra da cidade. Já se avaliamos o fator preço, a região ganha notoriedade, já que os restaurantes não podem cobrar preços equivalentes aos de Usaquén, Zona G, Zona T, Parque de la 93. Isso qualifica os restaurantes de La Candelaria, na opinião deste blog, como os melhores custo/benefício de Bogotá.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Lisboa – Estádio da Luz e Museu Benfica “Cosme Damião”



Construído para a UEFA Euro de 2004, o Estádio da Luz é o maior estádio de Portugal, com capacidade para 65.647 espectadores, todos confortavelmente sentados. Estádio classificado pela UEFA com “categoria quatro” (equivalente à antiga classificação “cinco estrelas” da FIFA, pré-requisito para receber finais da Champions League e UEFA Europa League), foi palco das finais da Euro de 2004 (Portugal 0-1 Grécia) e da UEFA Champions League de 2013-14 (Real Madrid 4-1 Atlético de Madrid).

Em tempo: a lista completa de estádios classificados pela UEFA como “categoria quatro” pode ser consultada em http://www.worldstadiumdatabase.com/list-of-uefa-category-4-stadiums.htm.

Localizado na região norte da cidade e facilmente acessado por metrô, o estádio é a casa do Sport Lisboa e Benfica, clube mais vitorioso do futebol nacional, com 33 Campeonatos Nacionais, 28 Taças de Portugal e 5 Supertaças. No cenário europeu, são 34 participações na UEFA Champions League (atrás apenas do Real Madrid, presente em 45 edições), com 2 títulos (1960-61 e 1961-62) e outras 5 finais (1962-63, 1964-65, 1967-68, 1987-88 e 1989-90).

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

30 dias na Itália: Repubblica di San Marino



É engraçado dizermos que o lugar mais legal que visitamos na nossa viagem pela Itália não faz exatamente parte do território italiano. Localizada na região leste da Emilia-Romagna, cerca de 10 km do Mar Adriático e no alto do Monte Titano, exatos 657 metros acima do nível do mar, a Serenissima Repubblica di San Marino (ou apenas San Marino) é o terceiro menor país da Europa (após o Vaticano e Mônaco) e reivindica ser a república mais antiga do mundo, com o mesmo sistema político desde o século 12. Tem a constituição mais antiga do mundo ainda em exercício, promulgada no ano de 1600, e tem uma das maiores rendas per capita da Europa.

De acordo com a tradição, San Marino foi fundada no ano 301 d.C. por Saint Marinus, um pedreiro nascido na ilha de Rab, Dalmácia (parte da Croácia) e que escalou o Monte Titano para fugir da perseguição contra os cristãos comandada pelo imperador romano Diocleciano, e lá estabeleceu um pequeno povoado cristão.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Bogotá – El Khalifa


Plato shawarma

Restaurante familiar de cozinha libanesa com oito endereços em Bogotá, sinônimo de pratos fartos, atendimento rápido e bons preços. As casas nos bairros de Chicó (Carrera 11, perto da Calle 88), La Candelaria (Carrera 8, a poucos passos da Plaza Bolivar) e Usaquén (praça de alimentação do Hacienda Santa Barbara) são de fácil acesso para os turistas, já os outros cinco endereços estão concentrados em regiões com forte presença de empresas e sem atrativos turísticos.

Se o Wok foi meu fiel companheiro nos jantares, coube ao El Khalifa da La Candelaria matar minha fome pelo menos uma vez por semana, sendo um poucos restaurantes da região com boa comida, bons preços (entre COP 15,000 e COP 25,000 por um prato) e, mais importante, que aceita cartão, algo raro na região. Sem falar que sempre está com casa cheia, um sinal de que a comida é boa.

sábado, 22 de novembro de 2014

São Paulo – Da Terrinha


Polvo grelhado e arroz de pato, servidos no menu degustação

Restaurante que integra o exército de casas portugueses da cidade, oferece clássicos da cozinha portuguesa a preços acessíveis. Posiciona-se como uma típica casa de bairro, focada no público que mora e trabalha no bairro de Moema, um dos redutos paulistanos da boa gastronomia.

A simplicidade do ambiente busca inspiração nas tascas portuguesas, lugares de boa comida e vinho com ar de botequim carioca. As paredes de tijolos na entrada criariam uma atmosfera muito mais intimista se fossem no salão todo. Alguns objetos de decoração remetem à cultura portuguesa, como os exemplares do galo de Barcelos, além de garrafas de azeite e vinho. Completam a atmosfera um janelão na frente do restaurante, que garante a entrada de boa luz natural (e infelizmente um pouco de fumaça de cigarro do pessoal que fuma do lado de fora), e um ar condicionado, providencial para os dias mais quentes.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Bogotá – Wok: o melhor custo/benefício


Tempura Ko

Restaurante de comida asiática com dez endereços em Bogotá, incluindo cinco das seis zonas gastronômicas (La Macarena, ou Zona M; Usaquén; Parque la 93; Zona Rosa, ou Zona T; e Zona Gourmet, ou Zona G). Meu fiel companheiro, me salvou em vários momentos de fome e bolso curto, sempre com comida boa, farta e barata.

O ambiente lembra os tradicionais “izakaya” japoneses, um lugar informal para encontrar o pessoal após o trabalho, beber e comer boa comida. O salão é extremamente limpo, brilhante, claro e bem iluminado. Os janelões garantem a entrada de luz natural, e as grandes mesas comunitárias passam a imagem de uma refeição familiar, além de serem uma boa desculpa para puxar papo com seu vizinho e praticar um pouco de espanhol. Também tem um balcão no sushibar (aqui chamado de “barra”) e algumas poucas mesas de quatro lugares para quem busca um pouco mais de privacidade.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Bogotá – La Bagatelle


Au Salmon Fumé

Restaurante inspirado nas patisseries e boulangeries francesas, com quatro endereços na cidade, nos bairros de el Retiro, Chicó, Rosales e Usaquén. A proposta da casa é oferecer refeições a qualquer momento do dia, seja um café da manhã com sotaque francês ou tradicional colombiano, um almoço leve (um crepe, uma salada, uma sopa), um chá da tarde ou jantar.

O ambiente lembra um típico bistrô parisiense, bem informal, com chão quadriculado em branco e preto e todo envidraçado para entrar luz natural. Nos fundos da loja, chamam a atenção os pães quentinhos e cheirosos, devidamente colocados em cestinhas, e a vitrine de doces, repleta de tortinhas, bolos de massa folhada, éclairs e macarons coloridos, um mais bonito que o outro. O atendimento mostrou-se ágil e prestativo nas três visitas que fizemos.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

10 dicas para quem visita (ou quer conhecer) Bogotá (Colômbia)


Vista de Bogotá com os Cerros Monserrate (esq) e Guadalupe (dir) ao fundo

1) Altitude e Clima
Bogotá é a terceira capital mais alta do mundo (2640 metros acima do nível do mar), e a altitude faz com que o ar seja mais rarefeito. Por isso, ao chegar à cidade, é comum sentir alguns incômodos, que podem durar até cinco dias, como dor de cabeça (curta e prolongada), náusea, fadiga, tontura, insônia e perda de apetite. Em geral aspirina e paracetamol minimizam os sintomas, entretanto em casos de falta de ar mesmo em repouso, fadiga e dor de cabeça prolongadas, procure um médico.

O clima na Colômbia é estável o ano todo devido à proximidade da linha do Equador. Em Bogotá o clima é bem mais ameno devido à altitude elevada, o que mantém o termômetro mais ou menos estável o ano todo, com temperatura média perto dos 15°C, máxima de 20°C, mínima de 9°C e umidade sempre na casa dos 75%. Chove o ano todo, e os meses com maior quantidade de chuvas são Abril, Maio, Outubro e Novembro, já os meses com menos chuvas são Janeiro, Julho e Agosto.

sábado, 15 de novembro de 2014

Bogotá – La Biferia


Bife Ancho

Restaurante de carnes com cinco endereços em Bogotá, nas zonas financeiras das Calles 109 e 79B, além dos redutos gastronômicos de Usaquén, Zona G e La Macarena, pertinho do Museo Nacional.

Visitamos duas vezes a casa de Usaquén, localizada na Carrera 6A, principal rua do bairro e que concentra a maioria dos principais restaurantes da região, a poucos passos da Plaza de Usaquén. O ambiente dividido em dois andares é clean e bem decorado para passar um ar moderno, com uso de móveis escuros para contrastar com as paredes claras e a generosa entrada de luz natural. O som ambiente é regado ao bom e velho rock and roll, mas com uma pegada mais leve e o volume baixo, para curtir sem ter que aumentar a voz para conversar. O atendimento é muito solícito e cortês, explicam os pontos de carne e ajudam na escolha do vinho e dos pratos.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Bogotá – La Tapería (La Macarena)


Langostinos

Restaurante de tapas localizado na Zona M, reduto gastronômico do bairro de La Macarena, nos arredores do Museo Nacional. Como o nome da casa diz, o negócio lá são as tapas - são cerca de 30 opções no cardápio, sempre com um pé na Espanha – tem jamón serrano, tem queijo Manchego, tem tortilla de batatas.

Quem já passou pela Espanha sabe que existem bares de tapas praticamente em cada esquina, em sua maioria lugares bem simples, com comida farta e barata. Fora da Espanha, os bares caíram no gosto das classes mais altas e viraram modinha; como consequência da clássica equação de oferta e demanda, virou comida gourmet e o preço subiu.

domingo, 9 de novembro de 2014

Bogotá – Taj Mahal (Usaquén)


Chicken Tikka Masala

Restaurante indiano localizado no gastronômico bairro de Usaquén, região norte da cidade. O cardápio mescla pratos de diferentes regiões da Índia, com foco na cozinha do norte do país, em especial a Punjabi (pratos com generoso uso de manteiga, masala, leite e iogurte, marinados na cebola, alho e gengibre e especiarias para acentuar os sabores), e preparados no tandoor (forno vertical de barro onde as carnes e verduras são assadas em longos espetos chamados “seekhs”; já os pães são colados nas paredes do tandoor). São pratos coloridos e perfumados, com carnes tenras e suculentas, sabores ricos e complexos.

Por trás da sociedade está um empresário colombiano e um casal de indianos, que ainda trouxeram dois chefs de lá para garantir a qualidade dos pratos. Dizem que é o melhor indiano de Bogotá, para ser sincero é o único que conheci, e sem dúvidas tem boa qualidade, superior à maioria dos indianos de São Paulo.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

30 dias na Itália: Ragusa, Sicília


Ragusa Ibla

Localizada na região sul da Sicília, Ragusa foi fundada por sicilianos indígenas no século 18 aC, no auge da Idade do Bronze. Os gregos de Siracusa chegaram à região no século 8 aC, os romanos a conquistaram em 258 aC e por lá ficaram até a queda do império. Também passaram por lá bizantinos (séculos 4-8 dC), árabes (séculos 8-10 dC), normandos (séculos 11-13 dC), franceses e espanhóis. Em 1693 a cidade foi arrasada por um terremoto que atingiu a maior parte do lado oriental da Sicília e matou mais de 60 mil pessoas (10 mil só em Ragusa).

A opinião pública de onde a reconstruir a cidade foi dividida, e por isso um acordo foi feito. Os cidadãos mais ricos optaram por um local diferente, que recebeu o nome de Ragusa "Superiore", enquanto a outra metade da população decidiu pela reconstrução no local original, mantendo o nome Ragusa Ibla. Reconstruída em estilo barroco, o layout medieval de Ibla mistura ruas sinuosas, escadarias íngremes e igrejas antigas. Já Ragusa Superiore mescla edifícios em estilos barroco e neo-clássico, ruas largas e planas.

domingo, 26 de outubro de 2014

São Paulo – Agello Cucina (e o MELHOR PRATO que comi em 2014)



Localizado em uma rua tranquila (e um pouco escondida) no bairro do Campo Belo (Zona Sul), o Agello Cucina é um restaurante pequeno e aconchegante, uma agradável surpresa pelos pratos bem executados, ambiente aconchegante e um ótimo menu executivo, farto, feito com carinho e com preço bastante competitivo.

O menu fala italiano fluente, com pratos criativos e com toques contemporâneos, provavelmente influência que o chef Rodrigo Velloso de Barros recebeu do primo Paulo Barroso de Barros, proprietário do aclamado Due Cuocchi Cucina. Além da boa oferta de massas de fabricação própria, o cardápio é bem representado por risotos, polentas, carnes e peixes. Os pratos são bem servidos e com ótima relação custo/benefício, com preços entre R$ 35 e R$ 60.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

30 dias na Itália: Verucchio, Emilia-Romagna




Localizada na província de Rimini e a poucos quilômetros da República di San Marino, a pequena Verucchio tem apenas 10 mil habitantes, mas no passado foi o centro nervoso da civilização villanoviana-etrusca, que viveu na época pré-histórica da Idade do Ferro (entre os séculos 9-7 aC.), e teve seu apogeu sob o comando de Malatesta da Verucchio, patriarca da família de mesmo nome que governou Rimini entre 1295 e 1500, enriquecendo a cidade com obras civis e religiosas.

Como toda cidade medieval, tem sua muralha, seu centro antigo reúne um labirinto de ruas estreitas e muitos pontos de interesse de valor histórico e cultural, como a Rocca Malatestiana e principalmente o Museo Civico Archeologico, que coloca Verucchio entre os mais importantes centros arqueológicos da Europa.

domingo, 19 de outubro de 2014

30 dias na Itália: Brisighella, Emilia-Romagna


Torre dell’Orologio

Localizada no vale do Lamone entre Florença e Faenza, esta vila medieval com apenas 8 mil habitantes data do século 13, quando o líder Maghinardo Pagani construiu sua fortaleza no alto de uma das 3 colinas que marcam a geografia de cartão postal da região.

A cidade de Brisighella nasceu no sopé das três colinas, sobre as quais atualmente repousam a La Rocca di Brisighella (século 14), a Torre dell’Orologio, reconstruída no século 19 sobre as ruínas defensivas de um assentamento do século 12, e o Santuário de Monticino (século 17). Como toda aldeia medieval, Brisighella tem seu próprio labirinto de ruas estreitas de paralelepípedos, trechos de paredes e escadas esculpidas em pedra.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Maranello – Museo Ferrari



Se você é um ferrarista fanático, daqueles que tem sua própria coleção de camisetas vermelhas no armário e não larga o boné com o “cavallino rampante”, você deve ao menos uma vez na vida visitar a pequena Maranello, cidade de apenas 15 mil habitantes nos arredores de Modena e Bologna, na Emilia-Romagna.

Maranello é a casa da Ferrari, fundada por Enzo Ferrari em 1947 com o objetivo de fabricar carros de corrida, é atualmente uma das marcas mais veneradas no mundo do automobilismo. Lá foi produzida o primeiro 125 S, em 1947, e é lá que, até hoje, nascem algumas das máquinas mais cobiçadas do mundo.

domingo, 12 de outubro de 2014

São Paulo – Esquina Mocotó


A Porcaria

Se talvez o Mocotó seja atualmente o principal embaixador da cozinha nordestina em São Paulo (e dono das maiores filas da cidade), cabe ao vizinho Esquina Mocotó a tarefa de mostrar a versatilidade dos ingredientes desta cozinha tão rica em sabores, aromas e cores, buscando diferentes combinações e trazendo uma roupagem moderna para algo tão tradicional. Na cozinha de autor do chef Rodrigo Oliveira, não tem limites para a criatividade.

Sim, eu sei que você vai dizer “puxa, mas é muito longe!”, e eu concordo, mas asseguro que vale cada quilômetro rodado para visitar a distante Vila Medeiros, onde o chef faz um trabalho elogiável em desenvolver a região e a mão de obra local. Também sei que você vai dizer “mas se eu tenho que andar tanto, aproveito e vou no Mocotó”, e aqui permita-me discordar: o Mocotó é um clássico, mas saiba que você comerá muito bem no Esquina - dois dos clássicos da casa mãe estão no cardápio, o unânime dadinho de tapioca e o baião de dois, assim como as clássicas caipirinhas.

sábado, 11 de outubro de 2014

30 dias na Itália: Erice, Sicília


Castello di Venere e Torretta Pepoli

Pense em uma cidade murada medieval praticamente intacta, elevada exatos 751 metros acima do nível do mar e com apenas 700 habitantes, localizada a poucos quilômetros de destinos turísticos como San Vito Lo Capo, Riserva dello Zingaro, Segesta, Scopello, Selinunte e Ilhas Égadi. Graças a sua posição panorâmica e quase total inacessibilidade, Erice sempre foi alvo de disputas e conquistas ao longo dos séculos por gregos, cartagineses, romanos, árabes e normandos da Sicília.

Tudo começou com os Elímios no século 7 aC, povo de origem asiática conhecido por ter erguido a vizinha Segesta. Em Erice, os Elímios construíram um templo em louvor da deusa da fertilidade. Ali os fenícios passaram a adorar a deusa Astarte, depois os gregos louvaram a Afrodite e os romanos a Vênus. No período romano, todos os anos milhares de peregrinos visitavam o santuário para participar de rituais que incluíam a prostituição “sagrada” das hierodulas (meretrizes compradas para serem oferecidas à Vênus).

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Os melhores pratos, sorvetes e vinhos que provamos na Itália



Nos 30 dias de férias pela Itália, tivemos a oportunidade de visitar 22 cidades nas regiões de Emilia-Romagna, Toscana e Sicília. Como o passeio tinha um enfoque gastronômico, experimentamos 37 restaurantes e 20 sorveterias, e retornamos ao Brasil com 40 rolhas de vinho a mais para a coleção.

O objetivo deste post é indicar quais foram os grandes pratos que provamos, aqueles que merecem ser recomendados e que, provavelmente, nos fariam voltar à Itália. Indicamos o TOP10 da viagem, em ordem decrescente (do décimo para o primeiro). Para saber mais sobre cada prato (e o restaurante), basta clicar no botão "Continue Lendo" abaixo de cada imagem.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

30 dias na Itália: Montalcino, Toscana


Fortezza di Montalcino

Meca dos amantes de vinhos, falar em Montalcino é falar em Brunello, o vinho mais conhecido do mundo. Construída sobre uma colina que domina os vales Ombrone e Asso, esta pequena cidade com apenas 5 mil habitantes faz parte do Parque Natural e Cultural de Val d'Orcia, a Toscana dos cartões postais, um vale coberto de vinhedos de Sangiovese Grosso e oliveiras, Patrimônio Mundial da Humanidade da UNESCO. Com uma extensão de 243 km2, Montalcino é um dos maiores municípios da Itália central.

Embora a principal atração em Montalcino sejam as vinícolas, incluir a cidade murada no seu roteiro de viagem é certeza de um passeio bem agradável. Cidade mais bem conservada das 23 que visitamos em nosso tour de 30 dias na Itália, com ruas bem sinalizadas e extremamente limpas, facilidades de acesso e deslocamento, bolsões de estacionamento, prédios históricos bem conservados, acessibilidade para os idosos e muitas áreas verdes (com bosques e flores), Montalcino é um retrato do dinheiro dos impostos (e a venda de vinho rende uma boa receita) retornando para a sociedade.

sábado, 27 de setembro de 2014

Brunello di Montalcino - Biondi Santi, Banfi e Fattoi


Fattoi (esq) e Barbi (dir) estão entre os Brunellos que provamos

O mítico Brunello di Montalcino é provavelmente o vinho mais conhecido e venerado no mundo. Feito somente com a uva Sangiovese (conhecida como “Brunello” em Montalcino), típica do centro da Itália, pode ser considerado, junto com os Barolos, o vinho tinto italiano dotado de maior longevidade, além de ser o primeiro vinho italiano a receber a certificação DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita) em 1980, classificação máxima no mundo dos vinhos e que reúne os rótulos mais caros e cobiçados da Itália.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

30 dias na Itália: Castellammare del Golfo, Sicília



Localizada na costa norte da Sicília entre as cidades de Palermo e Trapani, a origem de Castellammare del Golfo (“Casteddammari” em siciliano) data do século 8 aC, quando a área foi usada como porto pelos gregos da vizinha Segesta. Fenícios, cartagineses e romanos também passaram por ali ao longo dos séculos.

Atualmente com pouco mais de 15 mil habitantes, no início da manhã ainda é possível ver os pescadores indo para o mar com seus típicos barcos de pesca azul e branco, e retornando no fim do dia com peixes frescos para os mercados e restaurantes locais.

O turismo ganhou importância cerca de 20 anos atrás, com Castellammare ganhando status de cidade-base para as principais atrações turísticas do noroeste da Sicília, como Segesta, com seu templo grego (o único no mundo ainda de pé, embora o telhado nunca foi construído), anfiteatro (onde performances ainda são realizadas) e águas termais (famosas por sua ação terapêutica); as falésias, enseadas e praias privadas de Scopello, San Vito Lo Capo e da Riserva dello Zingaro; as muralhas de Erice; o parque arqueológico de Selinunte; as salinas perto de Marsala e a Catedral de Monreale.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Guia do Viajante Comilão: Onde comer em Florença



Principal cidade da região da Toscana, Florença (ou Firenze) reúne grande oferta de restaurantes, trattorias, tavernas e osterias para todos os gostos e bolsos. Infelizmente não tivemos tempo suficiente para explorar a gastronomia de Florença, o que não significa que não tivemos boas experiências nas escolhas que fizemos.

Florença representa a essência da culinária da Toscana, que na comparação com a Emilia-Romagna oferece pratos mais subtanciosos, molhos mais complexos e maior oferta de carnes, com destaque óbvio para a Bistecca Fiorentinaincluindo cortes exóticos de javali, coelho, entre outros.

Entretanto, falar em Toscana significa falar em vinhos, onde a uva Sangiovese é a estrela da festa. e aqui a região brilha, começando pelos míticos Brunello de Montalcino, seguindo pelos ótimos Nobile di Montepulciano e os Supertoscanos da região de Chianti. Come-se bem, mas bebe-se melhor, e bem mais barato (pelo menos em comparação com os preços abusivos praticados no Brasil).

domingo, 21 de setembro de 2014

Florença – Mercato Centrale


Cogumelos e tomate seco

Com a demolição do Mercato Vecchio (antigo mercado de Florença, datado do século 16) na segunda metade do século 19 para abrir caminho para a Piazza della Repubblica, surgiu a necessidade de um novo mercado coberto. A fim de preencher essa necessidade, um quarteirão inteiro conhecido como "Camaldoli di San Lorenzo", localizado nos arredores da Basílica de San Lorenzo e no quadrilátero entre dell'Ariento via, via Panicale, via via Clara e Santo Antônio, foi demolido para a construção do novo mercado municipal.

A estrutura foi projetada por Giuseppe Mengoni (1870-1874), o arquiteto da Galleria Vittorio Emanuele II, em Milão, inspirada no Les Halles, antigo mercado de Paris. O resultado foi notável, com a integração de materiais modernos como aço, vidro e ferro fundido com a aparência dos edifícios existentes.

sábado, 20 de setembro de 2014

Uo Katsu: O melhor peixe de São Paulo


Sashimi de salmão, toro (atum gordo) e polvo

Localizado em casinha bem discreta na movimentada Rua Manuel da Nóbrega, em frente ao Ginásio do Ibirapuera, o Uo Katsu não é um restaurante como os outros. Antiga peixaria, as instalações são muito simples (e incrivelmente limpas, diga-se), os 65 lugares da casa se dividem em cinco longas e apertadas mesas comunitárias (sim, coletivas, padrão refeitório), com pequenas (e desconfortáveis) banquetas para sentar, além de um balcão com apenas 4 lugares. Toalhas sobre a mesa e guardanapos de tecido, esqueça. A bebida é servida em copo de plástico.

Não aceita reservas. Não guarda lugares. Você só pode sentar quando todos estiverem presentes. Os lugares são liberados por ordem de chegada - na entrada, um dispensador de senhas “Bico de Pato”, o mesmo usado nas agências bancárias, para você pegar senha e esperar sua vez (embora você terá que procurar a Dayane e informar quantas pessoas são). O ambiente é barulhento, a gritaria é constante. Funciona com comanda, que você paga diretamente no caixa – e a fila é uma muvuca só.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Florença – Lindt Chocolate Town



Já falamos aqui no blog sobre as maravilhas e gordices de visitar uma loja da Lindt (veja aqui o review que fizemos na loja em Zurique), e quando soubemos que havia uma loja na Piazza del Duomo em Florença não perdemos tempo.

Os chocolates mais maravilhosos do mundo estão lá, desde a linha completa de barras e trufas, as bolinhas de Lindor por quilo, até itens que (por enquanto) só encontramos no exterior, como os vidros de chocolate cremoso para comer de colher, misturas para bolos e pudins, os sachês para chocolate quente. Mas estávamos na Itália, portanto queríamos provar os famosos “gelati” italianos em versão Suíça.

Florença - La Pentola Dell’Oro

Polpette Fiorentine

Osteria escondida nas ruelas no bairro de Santa Croce, no lado leste da cidade e a poucas quadras do Duomo. São apenas 25 lugares, e o primeiro indício de que este lugar é especial é o elevado número de moradores locais que você vai encontrar aqui, embora os turistas estejam sempre lá, graças às indicações dos hotéis.

Como toda osteria, é um lugar simples, ideal para quem quer comer bem e pagar pouco, sem frescuras. O restaurante tem dois andares, divididos em várias salas menores. O térreo tem um ambiente mais informal, é possível observar garrafas de vinho em pé no balcão, cores vivas nas paredes, uma pequena lousa pendurada nos fundos do salão com os pratos do dia, além de alguns quadros e objetos diversos espalhados nas paredes. No piso superior, um belo teto abobadado com paredes de pedra à mostra criam uma atmosfera mais aconchegante.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Cefalù – Locanda del Marinaio


Strozzapreti pistacchio e gambero rosso

Restaurante localizado a poucos metros da Catedral, no coração do centro histórico de Cefalù. Classificado no TripAdvisor como uma das melhores cozinhas da cidade, sofremos um bocado para achá-lo – importante dizer que não é permitido circular de carro no centro histórico, e a região mais próxima para estacionar fica na marina de Cefalù, beeem longe. Como não sabíamos disto, andamos por lá, nos perdermos, fomos xingados pelos moradores... Enfim, uma experiência nada agradável.

O ambiente com ares de bistrô é simples e informal, tem tijolos à mostra, garrafas de vinho e alguns poucos quadros nas paredes. O som ambiente é agradável, só poderia ser um dedinho mais baixo para que as pessoas não tenham que elevar a voz para conversar. O serviço foi atencioso, cordial e bastante profissional, sem ressalvas.

Terrasini – Ristorante Primafila


Camarão pistola na grelha

No caminho entre Castellammare del Golfo e o Aeroporto Falcone Borselino (Palermo), decidimos parar na pequena Terrasini para nosso último almoço em terras sicilianas. Passamos algumas horas na cidade (que, na realidade, não tem muito o que fazer), mas a parada foi calculada: tínhamos lido sobre o Ristorante Primafila, restaurante com cozinha elogiada e vista panorâmica para o mar e a marina de Terrasini.

Didivido em dois andares, o salão é sofisticado nos detales sem ser excessivo, a luz natural mantém o ambiente claro e destaca os detalhes, como o teto abobadado de tijolos, os pequenos candelabros e os quadros discretos nas paredes, que juntos criam um ambiente classudo e elegante. Na área externa, um pequeno terraço dispõe de algumas mesas com vista para o mar. O restaurante é frequentado pelos locais em busca de um almoço ou jantar de negócios, ou turistas em busca de uma refeição com atmosfera romântica. No dia da visita éramos os únicos turistas, o que diz muito sobre a reputação do restaurante.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Arturito: O melhor menu executivo de São Paulo


Capellini ao molho de tomates frescos com camarões à provençal assados no forno à lenha

Aberto em 2008, o Arturito é comandado pela chef-proprietária Paola Carosella, argentina que chegou ao Brasil em 2001 e trabalhou na abertura da Figueira Rubayat, em 2003 criou o inesquecível Julia Cocina, restaurante que deixou saudades na gastronomia paulistana. Uma das chefs mais competentes (e lindas) da atuação geração, recentemente Paola deixou a posição de diretora de operações no Grupo Rubaiyat para dedicar-se à supervisão do Arturito, com o chef Thiago Bañares no comando das panelas.

O grande salão é um corredor dividido em dois ambientes, o primeiro tem um ar mais informal e despojado, com móveis claros e um encosto colorido na parede, enquanto o segundo beneficia-se do teto retrátil para garantir boa iluminação natural nos dois ambientes, e da parede com plantas para trazer uma brisa agradável e criar uma atmosfera rústica e aconchegante.

Castellammare del Golfo – Ristorante Al Burgo



Odeio quando não tenho nada para guardar de uma refeição, a não ser decepções. Quando pagar a fatura do cartão dói no bolso, não porque é caro, mas porque é ruim demais. Castellammare del Golfo nos apresentou o Ristorante Cumpà e sua Caponata Alla Siciliana, uma agradável descoberta, mas compensou com juros com o Al Burgo, provavelmente a maior decepção de toda a viagem.

Está em Castellammare del Golfo, caminhando tranquilamente pela Corso Giuseppe Garibaldi e viu a placa deste restaurante? Pois é, passe direto. Nenhum prato – eu disse, NENHUM PRATO que provamos valeu a visita. A cerveja era boa, mas absurdamente cara. No fim saímos com fome e com €65 a menos no bolso.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Vitória – Bully’s Sucos e Saladas


Sucos de graviola com amora (esq) e abacaxi com morango (dir)

Vencedor do prêmio “Comer & Beber” da revista Veja Espírito Santo na categoria “Melhor Suco” pelo sétimo ano consecutivo. São duas lojas na capital capixaba, localizadas no Trângulo da Bermudas (Praia do Canto) e Shopping Vitória.

Famoso por suas saladas gigantes e sucos deliciosos com várias combinações, o cardápio oferece cerca de 20 frutas e 45 variações de sucos com uma, duas ou até três frutas, além de 50 ingredientes e 9 molhos para que o cliente monte sua própria salada - você escolhe entre 5 e 10 opções de legumes, verduras, frios e pastas, sendo 3 especiais e um molho, por R$ 29 a grande e R$ 19,70 a pequena.

Vitória – Aleixo Restaurante


Tournedor com risoto de cogumelos

Localizado no coração da Praia do Canto, região dos melhores restaurantes da cidade, forma ao lado do Soeta e Oriundi o trio de ouro da gastronomia de Vitória (ES).

Uma palavra para definir o ambiente do Aleixo é sofisticação. Decoração primorosa, um salão elegante sem aqueles exageros típicos dos restaurantes chiques, confortável para receber um jantar romântico e um encontro de negócios com a mesma importância. A iluminação indireta contrasta com a madeira de demolição e a parede com tijolos de Tiradentes (MG) para criar uma atmosfera intimista e aconchegante. A parte externa é mais informal, ideal para uma happy hour com os amigos.

domingo, 14 de setembro de 2014

São Paulo – Le Vin Bistro


Picadinho de filé mignon com ovo frito e gema molinha

Sinônimo de bistrô francês em São Paulo. Aberta em 2000, atualmente são 4 endereços na cidade, a matriz nos Jardins e as casas no Itaim Bibi, Higienópolis e MorumbiShopping, além de 2 endereços no Rio de Janeiro e 1 em Brasília.

A proposta de um bistrô é ser um lugar pequeno e simples, sem pompas nem frescuras. Em primeiro lugar, um bistrô precisa ser um lugar informal e acolhedor, onde o chef interage o tempo todo com os clientes. O ambiente do Le Vin é famoso pelas toalhas xadrez nas mesas, cadeiras com encosto colorido e fotos de família nas paredes. Os endereços dos Jardins, Itaim e Higienópolis contam com mesinhas do lado de fora, nos dias mais frios cada cadeira recebe um pequeno cobertor, um mimo para os clientes. Isso é ser acolhedor.

sábado, 13 de setembro de 2014

São Paulo – Cantina Bella Donna


Provavelmente o melhor nhoque ao sugo de São Paulo

Restaurante italiano tradicional com quase 30 anos de bons serviços e 3 endereços na cidade, nos bairros do Itaim Bibi, Brooklin e Granja Julieta.

Visitamos a filial do Brooklin. Ambiente simples com decoração clean, mas sem perder e atmosfera de cantina italiana. Nas mesas, não poderiam faltar as tradicionais toalhas xadrez, enquanto as paredes são recheadas com fotos em preto e branco de uma São Paulo que não existe mais, além de várias garrafas de vinho.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

São Paulo – A Hamburgueria: o bom e velho Burdog com outro nome


Costelífica com extra de bacon

Quem mora em São Paulo já ouviu falar do Burdog, hamburgueria tradicional que desde 1968 é famosa por alimentar os baladeiros famintos durante a madrugada com seu ótimo X-Salada.

Em 2009, como resultado da desapropriação do quarteirão todo para as obras do metrô, a filial da Av. Santo Amaro foi obrigada a fechar as portas – na verdade, o casarão tradicional deu lugar a uma portinha simples algumas casas à frente, apenas para delivery. Decidiram reabrir a casa do outro lado da avenida, mas a mudança de endereço gerou mudanças na sociedade, um dos antigos sócios decidiu não participar do novo empreendimento. Assim, eles decidiram não usar a marca Burdog, e nasceu A Hamburgueria, aberta em Agosto/2013.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

San Gimignano – Ristorante Perucà


Pici funghi e salsiccia di cinta senese

Para quem não sabe, as ruelas da parte norte de San Gimignano escondem os principais restaurantes da cidade. O Perucà foi um agradável achado, pena que tivemos apenas uma refeição no local.

Localizado em um prédio medieval com paredes espessas e duas salas abobadadas sem janelas, lembra uma caverna. É um restaurante tradicional na cena gastronômica da cidade, frequentado principalmente por locais. Sempre cheio, conseguir mesa no almoço sem reserva é possível, embora talvez você precise aguardar alguns minutos. Se o plano for jantar, a reserva é obrigatória (dica: faça a reserva pessoalmente, eles têm fama de não responder emails).

San Gimignano – Trattoria Rigoletto


Bruschetta Miste

Menor restaurante de San Gimignano, localizado na parte externa das muralhas da cidade, a poucos passos da entrada principal.

O minúsculo salão em formato de “L” é finamente decorado e com boa iluminação natural. São 7 mesas, num espaço em que não caberiam mais do que cinco. O resultado é um ambiente apertado e pouco convidativo, onde não raro você estará com a barriga colada na mesa e seu vizinho na mesa de trás empurará a cadeira o tempo todo contra a sua. Desconfortável.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

São Paulo – Vicolo Nostro


Fraldinha com batatas sauté, uma das opções do bom menu executivo

Restaurante italiano tradicional com cardápio inspirado na cozinha do norte da Itália. Instalado em um casarão antigo em uma rua tranquila no bairro do Brooklin (Zona Sul), que no passado foi uma fábrica de pães, é dono de um dos ambientes mais bonitos de São Paulo.

Vicolo quer dizer “viela” em italiano, uma referência às vielas (vicolos) situadas no centro das cidades italianas, e este é o mote do lugar. A fachada do charmoso casarão é cercada por plantas e flores, na entrada arborizada uma imagem medieval de Maria adquirida em Siena abençoa os(as) visitantes e apresenta a belíssima varanda, um jardim com imensas hortênsias naturais acompanhado por uma fonte autêntica dos anos quarenta.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

San Gimignano – Gelateria Dondoli: Sim, eles fazem o melhor gelato do mundo


Pistacchio e Bacio

A bela San Gimignano, na Toscana, não é famosa apenas por suas torres medievais. Muitos turistas (eu me incluo nesta lista) visitam a cidade para provar os sabores da Gelateria di Piazza, mais conhecida como Gelateria Dondoli, bicampeã da “Coppa del Mondo della Gelateria”, o campeonato mundial de sorvetes, nos anos de 2006/2007 e 2008/2009. Disputada a cada 2 anos, a edição de 2014 foi vencida pela equipe francesa.

Sempre com longas filas na porta, a casa do mestre-sorveteiro Sergio Dondoli está localizada na Piazza della Cisterna, um dos cartões-postais da cidade. Por dia, são produzidos e vendidos 400 quilos de sorvete, sendo que nenhum sabor fica na vitrine de um dia para o outro.

Cefalù – Il Giardino dei Sapori: A melhor pizza da Itália


Tonnata com borda recheada de emmenthal

Chegamos em Cefalù cheios de expectativas, e saímos repletos de decepções. No quesito gastronômico, várias casas “pega-turistas”, mas nada foi capaz de atrair nossa atenção. Após uma breve passagem pelo Locanda del Marinaio, com cozinha competente mas não o suficiente para voltarmos, tentamos passar no único mercado da cidade para comprar algo para comermos, mas demos com a cara na porta (coisas de domingo).

Decidimos circular um pouco pelo centro, cansados e famintos, e por acaso passamos em frente a esta pizzaria, com letreiro reluzente de neon, provavelmente o único restaurante aberto na cidade em pleno domingo à noite. Okay, sabemos que pizza na Itália nunca nos agradou, mas não tínhamos outra opção. Ainda bem que entramos, que pizza deliciosa, de longe a melhor que comi na Itália!

sábado, 23 de agosto de 2014

São Paulo – Byblos Cozinha Árabe


Esfiha da casa, com salame árabe e queijo de cabra

Casa libanesa localizada no bairro do Campo Belo (Zona Zul), comandada pela chef Nohad El Kadre (Chez Nohad). Misto de restaurante/rotisserie, tem ambiente simples e agradável, pratos fartos e bom custo/benefício, indicado para aquele almoço rápido, a happy-hour com os amigos ou uma refeição com várias pessoas, onde a idéia é pedir vários pratos e experimentar diferentes sabores.

Comece a refeição com o ótimo “trio de hommus, coalhada seca e babaghanuj” (R$ 30,50), todos acima da média dos demais restaurantes árabes da cidade. A coalhada é super aveludada e quase sem acidez (como eu gosto), o babaganuche tem sabor defumado intenso e textura incrível, e o hommus brilha pela suavidade. Viciante de tão bom.

São Paulo – Restaurante Makanudo


Vacio

Confesso que a pior parte de ter um blog de gastronomia é criticar um estabelecimento. Infelizmente não posto apenas elogios, se a experiência não foi boa, é nosso papel (dolorido, concordo) registrar o que ocorreu (não sem antes procurar falar com os(as) proprietários(as)) e acreditar que isso ajudará a melhorar o que não estava bom.

Casa aberta em Abril, o nome “Makanudo” vem da palavra espanhola “macanudo”, também usada no sul da Argentina para designar “bacana”. Ambiente agradável, atendimento esforçado (embora a dinâmica e a abordagem ainda precisem de ajustes). Evite sentar-se nas mesinhas do corredor, funcionários fumam do lado de fora e parte da fumaça invade o corredor.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

São Paulo – Moocaires: Um argentino em território italiano



Conheci o Moocaires por indicação de uma colega, amante da boa gastronomia mooquense. Aberto em 2007, este restaurante/boteco é especializado em empanadas argentinas e reduto de torcedores do Boca Juniors. Me apaixonei de cara pelo slogan da casa, “Su casa Argentina en la Republica de la Mooca”, afinal mooquense que se preza sabe que a Mooca é muito mais que um bairro de SP.

Dentro da casa fala-se espanhol, com aquele sotaque argentino característico. É território italiano, mas parece que você está em um bar típico em La Boca, com as tradicionais camisas de futebol, quinquilharias, quadros e gravuras nas paredes, reunindo personagens históricos, jogadores de futebol (argentinos, lógico!) e charges da querida Mafalda. Lá, as bandeiras do Boca e da Mooca dividem espaço com o escudo do Juventus. No salão dos fundos, um projetor garante a animação em dias de jogos.

São Paulo – Hokkai Sushi (Unidade Brooklin)


Combinado Salmão

Uma agradável surpresa, é assim que posso classificar o Hokkai, restaurante japonês com cinco endereços na cidade (Tatuapé, Penha, Brooklin, Vila Madalena, Vila Carrão), além de uma loja em Mogi da Cruzes (Grande SP).

Visitamos a unidade do Brooklin, um quiosque estrategicamente instalado dentro do supermercado Mambo da Avenida Vereador José Diniz (entre a Jornalista Roberto Marinho e a Roque Petroni Júnior, sentido Zona sul), perfeito para aquele combinado ou temaki antes (ou depois) das compras.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

30 dias na Itália: Taormina, Sicília


Teatro Greco com a Baía de Naxos e o Vulcão Etna ao fundo

A história de Taormina começa na Idade do Bronze, época em que surgiu na região a primeira aldeia neolítica, já murada. Os gregos chegaram em 832 a.C. e fundaram Naxos, a primeira colônia grega na Sicília. Por ser aliada de Atenas, Naxos foi destruída pelas tropas de Dionísio, tirano de Siracusa e aliado de Esparta, em 403 a.C. Os habitantes fugiram para o Monte Tauro e em 358 a.C. e fundaram uma nova cidade, chamada Tauromenium (posteriormente Taormina).

Charmosa e encantadora, a pequena Taormina (11 mil habitantes) é o mais famoso resort da Sicília, situada numa colina 206 metros acima do nível do mar. Com exuberante paisagem natural, consegue oferecer ao mesmo tempo uma vista panorâmica do Mar Mediterrâneo e Vulcão Etna, praias de água morna e cristalina, e uma variedade de monumentos históricos.

Como chegar: Partindo de Catânia (3h30 de voo a partir de Milão), você pode percorrer os 50km até Taormina de carro (via A19 e A18, cerca de 40 minutos), trem (cerca de 45 minutos via Trenitalia, com saídas diárias de Catania Centrale) e ônibus (1h10 de viagem via Etna Trasporti, com saídas do aeroporto a cada 20 minutos).

Quanto tempo ficar: 2 dias, 1 dia para o Centro Histórico, 1 dia para Isola Bella, praias e Castelmola.

O que fazer:

1) Teatro Antico
Sem dúvidas a principal atração de Taormina e uma das mais importantes da Sicília. Os gregos construíram este anfiteatro no século 3 a.C. para apresentações de teatro e música, já os romanos o modificaram no século 2 d.C. e o usaram para espetáculos sanguinários de lutas entre gladiadores e com animais.



Escavado na rocha em uma das faces do monte Tauro a uma altitude de 205m, tem capacidade para cinco mil espectadores, palco com 35 metros e auditório com diâmetro com exatos 109 metros, dividido em nove setores. A principal e notável característica desta arena é a vista panorâmica da costa oriental da Sicília, por trás do palco, cenário que ainda é o mesmo dos tempos da Magna Grécia: o Vulcão Etna e o Mar Jônico. Bem conservada, a estrutura recebe shows, concertos, óperas e espetáculos de ballet (agenda aqui).



Mesmo sem nada em cartaz, visitá-lo e admirar a paisagem de cartão-postal é o primeiro programa que todo mundo faz em Taormina. A entrada custa €8 e você pode alugar um audio guide por mais €4.

2) Corso Umberto I
Principal via da cidade. Com pouco mais de 1km, corta o centro histórico de Taormina de ponta a ponta, com início na Porta Messina (lado norte, datada de 1808) e fim da Porta Catania (sul, datada de 1440), que faziam parte do sistema de fortificação triplo construído pelos árabes para defender a cidade.


Crédito pela foto: blog Passagem Gastronômica



Chamada pelos romanos de Via Valeria, a avenida era parte integrante da estrada que chegava até Catânia. Atualmente é uma rua peatonal e shopping ao ar livre, reunindo galerias de arte, antiquários, lojas de roupas, artesanato, embutidos, vinhos e souvenirs, além de restaurantes e cafés. As ruelas com escadas que se abrem dos dois lados da via, com seus jardins e fachadas enfeitadas com flores, também merecem uma caminhada.


Porta Messina


Porta Catania

Repleta de prédios históricos e igrejas que mesclam diferentes estilos arquitetônicos, do árabe ao normando, do gótico ao barroco, fazem desta via singular um verdadeiro museu a céu aberto. Destaques para o Palazzo dei Duchi di Santo Stefano (século 13), Palazzo Ciampoli (século 15), Palazzo Corvaja (século 10) e Chiesa di Santa Caterina (século 17). O Naumachie, um monumental reservatório de água da época romana com 122 metros de comprimento e 5 de altura, e o Odeon, teatro romano construído pelo Imperador Otaviano no século 2, localizado na Piazza Vittorio Emanuele, também são atrações imperdíveis.


Visão chata que você terá no final da Corso Umberto I

3) Piazza IX Aprile 
A praça mais bonita da cidade. Reúne a antiga Chiesa di Sant’Agostino (século 15), erguida em estilo gótico para devoção a São Sebastião. Com a chegada dos frades agostinianos, foi ampliada, convertida em mosteiro e passou a venerar Santo Agostinho. Passou por grandes mudanças no começo do século 18, quando o grande arco ogival do portal principal foi substituído por um lintel de pedra. Em 1933, a igreja foi convertida em biblioteca dedicada a abrigar as coleções do convento. Em 1981, todo o edifício foi restaurado e desde 1985 e é usado como Biblioteca Municipal.


Chiesa di Sant’Agostino

A bela Chiesa di San Giuseppe (século 17) foi construída em estilo barroco, facilmente reconhecida pela paisagem de cartão postal com sua imponente escadaria dupla de pedra na frente e o Castelo Sarraceno no fundo. A igreja era o centro da "Irmandade das almas do Purgatório", por isso em diferentes partes da fachada, bem como dentro da igreja você pode ver as figuras humanas no meio das chamas que simbolizam a purificação dos pecados. No interior, a igreja tem uma única nave com um transepto, que tem em seu centro uma cúpula de onde se pode admirar um afresco de São João Bosco crianças entre Maria e Jesus.


Chiesa di San Giuseppe

O último prédio histórico da praça é a Torre dell'Orologio. Primeiramente construída no século 12 sobre as ruínas de uma antiga construção de muros defensivos que data do século 4 a.C., foi destruída pela invasão das tropas francesas de Luís XIV em 1676. Em 1679, a mando de Taormina, a Torre foi reconstruída e, quando foi instalado o grande relógio que a caracteriza hoje. Na parte inferior, um arco de pedras chamado “Porta di Mezzo” conecta a Taormina helenística ao antigo borgo medieval – não deixe de observar o belo afresco “Madonna Col Bambino”, pintado no século 12.


Torre dell'Orologio

Da varanda da praça você tem uma visão panorâmica da Baía de Naxos, Vulcão Etna e ruínas do antigo teatro de Taormina.

4) Piazza Duomo
Localizada na Corso Umberto I, perto da Porta Catania, a praça é sede do Duomo (Catedral) de Taormina, edifício medieval do século 13 erguido sobre as ruínas de uma igreja dedicada a São Nicolau de Bari. O estilo gótico lembra uma fortaleza, por isso é chamada de “Cattedrale fortezza” (catedral fortaleza). O prédio sofreu inúmeras reconstruções durante os séculos 15 e 16, e a última grande restauração foi concluída entre 1945-48.


Duomo

O interior é simples, uma cruz latina com três naves e três absides. Nos dois lados, há seis altares. A nave é suportada por seis colunas de mármore rosa de Taormina, três de cada lado, e capitéis com motivos de folhas e escamas de peixe. O teto é caracterizado por grandes vigas de madeira esculpida com motivos árabes em estilo gótico. A fachada é caracterizada por uma coroa de ameias, enquanto a torre traseira permanece como um bastião no qual foram instalados os sinos em 1750. O portal principal foi reconstruído em 1636, com uma grande rosácea em estilo renascentista. Foi elevada à categoria de basílica pelo papa João Paulo II em 1980.


Fontana del Tauro

A Catedral é acompanha pela “Fontana del Tauro” (ou “Quattro Fontane”), uma fonte em estilo barroco erguida em 1635 onde destacam-se quatro pequenas colunas que circundam a base central, cada uma com um cavalo-marinho com boca em formato de chafariz (atualmente, apenas um cavalo está funcionando). A torre central é ornamentada por figuras decorativas que sustentam duas bandejas, no topo há um centauro, símbolo da cidade de Taormina, com uma coroa na cabeça, um cetro na mão direita e um globo na esquerda.

Do outro lado da rua está o Palazzo dei Giurati ou Palazzo Municipale, sede da Prefeitura de Taormina, prédio em estilo rústico que remonta a meados do século 17. Na entrada há uma placa escrita em latim, que é o brasão de armas do rei de Espanha e Sicília. Na frente do primeiro lance de escadas, encontramos o brasão de armas de Taormina, com o Centauro. Mais acima, outro grande brasão com várias decorações.

5) Giardini della Villa Comunale (Giardino Pubblico)
Conhecido como um dos jardins públicos mais bonitos da Itália, construído no século 19 em estilo inglês, abriga cerca de 200 espécies de plantas, estátuas, bustos comemorativos, fontes, memoriais e relíquias de guerra, torres antigas e uma varanda de tijolos com enormes jarros de barro e vista panorâmica da Baía de Naxos e do Vulcão Etna.



O parque foi originalmente a casa de Lady Florence Trevelyan, inglês prima nobre da rainha Vitória que viveu em Taormina em 1884 e casou-se com o prefeito da época, o professor Salvatore Cacciola. O parque tornou-se propriedade municipal em 1922. Distribuído em diferentes níveis, abrange uma área com cerca de 3 hectares.



Na entrada central, em um banco de jardim fica a escultura “Angeli del Nostro Tempo", que descreve duas figuras, um homem e uma mulher, com asas de anjo e roupas modernas. Tornou-se tradição sentar-se no banco para ser fotografado(a) ao lado dos anjos. Na parte central do jardim repousa um imponente memorial de guerra, acompanhado por um canhão da I Guerra Mundial e um torpedo da II Guerra Mundial.



Outros destaques do parque são a Avenida das Rimembrane, fechada com oliveiras centenárias dos dois lados, e as incríveis construções conhecidas como “victorian follies”, que misturam estilos românico, gótico e barroco, feitas com tijolos vermelhos e blocos de pedras, e que no passado foram usados para acomodar amigos da nobre ou apenas como abrigo para refletir, ler e observar os pássaros.


Victorian follies

Horário de funcionamento: Todos os dias das 9hs à meia-noite (20hs no inverno).
Para mais informações sobre o parque, clique aqui.

6) Castello Sarraceno (ou “Castello di Taormina”) e Santuario Madonna della Rocca
O Castello Sarraceno é uma estrutura medieval erguida no topo do Monte Tauro, quase 400 metros acima do nível do mar. Usado como fortaleza por árabes, gregos, romanos e bizantinos, sua data da construção é desconhecida, calcula-se que seja dos séculos 9-10. Fechado à visitação há décadas, a subida só vale a pena pela visão panorâmica da baía, do Mar Jônico, do Etna e de Taormina. Atualmente não passa de um pátio cego, as paredes exteriores com 4 metros de altura estão intactas, porém pouco sobrou do interior: algumas ruínas, cisternas para coletar água da chuva e um corredor subterrâneo para armazenar suprimentos e armas.



No caminho para o castelo, você vai passar pelo Santuario Madonna della Rocca (século 17), importante ponto de peregrinação. De arquitetura bem modesta e rústica,é um edifício baixo com um único compartimento, instalado na mesma gruta que supostamente registrou uma aparição de Nossa Senhora. A fachada tem batentes de portas e arquitraves em pedra, duas janelas simétricas e teto de rocha sólida.



Atrás da igreja, há uma pequena capela abandonada, enquanto no Sudeste há um espaço que já foi o quintal dos eremitas, localizado na borda do penhasco. No limite desse espaço há uma grande cruz de concreto, construída em 1930, que olha para o Oriente e é iluminada à noite, com vista para Taormina e visível de todos os lados.

7) Praias
Falar em praia em Taormina é falar de Isola Bella. Conhecida como “A Pérola do Mediterrâneo”, esta pequena ilha está localizada em uma baía do Mar Jônico. Doada pelo rei Fernando I à cidade de Taormina em 1806, foi adquidida em 1890 por Lady Florence Trevelyan (a mesma do Giardino Pubblico), que lá construiu uma pequena casa de frente para o mar e mandou importar plantas exóticas, que prosperaram no clima mediterrâneo.



Foi propriedade privada até 1990, quando foi comprada pela região da Sicília e transformada em uma reserva natural, lar de várias espécies de aves e alguns tipos de lagartos, administrada pela filial italiana do Fundo Mundial para a Natureza. Cercada por água morna, azulada, cristalina e sem ondas, é possível nadar em volta da ilha. Na maré baixa, há um caminho estreito que liga a ilha ao continente.



A costa de Taormina tem no total cinco praias, chamadas Giardini Naxos, Mazzarò (a mais famosa), Spisone, Mazzeo e Letojanni, com águas mornas e cristalinas. Saindo do centro histórico, você pode pegar o Funivia, teleférico que sai na Via Luigi Pirandello, nos arredores da Porta Messina, e chega à praia de Mazzarò. Em todas, é possível alugar guarda-sol e cadeiras para curtir o sol nos “lidos” (praias particulares) ou “spiaggia” (praias públicas), ou fazer um passeio de barco para visitar a Grotta Azzurra e a reserva natural de Isola Bella.



8) Castelmola
Cerca de 5km de Taormina, escavada na rocha e erguida no alto de um penhasco cerca de 530 metros acima do nível do mar, é preciso vencer uma estrada bem sinuosa para chegar a este vilarejo charmoso, com pouco mais de 1000 habitantes, considerado por muitos um dos burgos mais bonitos da Itália. Além da vista panorâmica do Mediterrâneo, Etna e Taormina, Castelmola tem brilho próprio, com suas ruas estreitas de paralelepípedos, construções centenárias de rocha maciça, casinhas coloridas, mirantes. Sem dúvidas uma opção de passeio para quem pretende passar alguns dias em Taormina, meio dia é mais que suficiente para conhecê-la.



No ponto mais alto da cidade estão as ruínas do Castelo Normando (século 9), na Piazza Duomo está a igreja São Nicolau de Bari, com sua nave única, quatro altares de mármore e estátua de madeira de Maria Madalena (século 18). Vale a visita nas igrejas de San Giorgio (1450), com sua torre sineira fina e um admirável portão de ferro forjado, San Biagio (século 11), a mais antiga da cidade, e Anunciação (século 12), erguida em agradecimento à Virgem pela vitória sobre os sarracenos. A Piazza Sant’Antonio (1954), com seu chão de mosaicos e atmosfera das pracinhas sicilianas de antigamente, é também a casa do histórico Caffè San Giorgio (século 18), criado por monges e usado como uma taverna. Feche o tour com uma visita às cisternas de 367 a.C., na Porta Sarraceni.


Piazza Sant’Antonio

Castelmola faz parte do roteiro “I borghi più belli d'Italia”, uma associação privada que promove pequenas cidades com status de grande interesse artístico e histórico. Atualmente 217 cidades integram este grupo.

Para saber mais sobre Castelmola, clique aqui e aqui.

Onde comer:
Ristorante L'Incontro

Uma rápida caminhada por Taormina foi suficiente para percebermos o quão cara é a cidade. Sabíamos que a conta do restaurante seria alta, só esperávamos encontrar um lugar com boa comida. A parte muralhada tem muitas opções, todas com ares de “pega-turista”. Após uma pesquisa do TripAdvisor, encontramos este restaurante, tido como um dos melhores da cidade, localizado do lado de fora da muralha. Como fica fora do burburinho...


Laboratorio Pasticceria Roberto: Na cidade onde você encontra uma casa "especializada" em cannoli a cada esquina, o Roberto reina. Tido por muitos como o melhor da Sicília, o "Il Mago del Cannoli" faz um doce realmente saboroso, com massa perfeitamente crocante e ricota quase perfeita - só peca porque ela é batida de manhã e fica na geladeira o dia todo, o que altera a temperatura e estraga um pouco o sabor. É claro que o giro é grande, mas você corre o risco de chegar lá e a ricota estar fria, um pecado. Mesmo com este porém, asseguro que você não comerá cannoli melhor na Sicília.



Endereço; Via Calapitrulli, 9
Telefone: +39 0942 626263
Horário de funcionamento: Todos os dias das 9hs às 21hs.

L'Arco About Pizza: Depois da decepção do L'Incontro, supostamente um dos melhores da cidade, ficamos perdidos, sem saber onde comer. Localizada a poucos passos da Porta Catania, esta pequena pizzaria take-away salvou nossa estadia em Taormina. Massa grossa estilo "Pan" da Pizza Hut, recheio generoso (algo raro na Itália) e vendida em pedaços retangulares (€2,50 cada), fez nossa alegria em duas refeições. Messinese (anchovas, tomate cereja, endívia), Prosciutto con Funghi (presunto crú com cogumelos funghi), Diavola (pepperoni) e Margheritta são alguns destaques.


€5 por uma refeição completa e saborosa para duas pessoas

Endereço: Corso Umberto I, 240
Telefone: +39 3392034086

Bar Capriccio: Na nossa tentativa de encontrarmos um bom gelato, conhecemos esta casa na Corso Umberto I. Provavelmente é o melhor sorvete da cidade, provamos cinco sabores (Nutella, fiordilatte, pistache, tangerina e fruta do bosque), mas se compararmos com vários outros que tomamos na Itália, tem textura apenas razoável, os sabores com leite são bons, mas os de frutas parecem artificiais. Refresca sem ser inesquecível. Vende também salgados (croissant, arancini, etc) e um cannoli de ricota pouco atraente, grande e com massa grossa demais.



Endereço: Corso Umberto I, 85
Telefone: +39 0942 23939

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