quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Bogotá – Matiz Restaurante (Chicó)


Amor a Mar

Restaurante mediterrâneo instalado em um casarão no coração de Chicó, pertinho do Parque de la 93. Reconhecido como uma das melhores mesas da cidade, atualmente as panelas são comandadas pelo chef peruano Diego Vega Coriat, que adora brincar com os sabores e transformar combinações inusitadas em grandes experiências gastronômica. Lugar perfeito para surpreender os paladares mais exigentes, definitivamente brilha como uma das melhores mesas de Bogotá.

O salão interno é dividido em três ambientes aconchegantes e elegantes, com paredes e mesas brancas, pequenas poltronas acolchoadas escuras, boa entrada de luz natural e generoso uso de madeira escura nos móveis, bar e piso. Sem dúvidas o lugar mais bonito da casa é o jardim de inverno com teto de vidro, duas paredes repletas de verde (incluindo árvores frondosas que ultrapassam o teto) e um espelho d’água vertical. Para os dias mais frios, os aquecedores instalados no teto criam uma atmosfera perfeita para casais.


Salão principal

O atendimento segue o alto padrão esperado para um restaurante considerado “top” não apenas na cena gastronômica de Bogotá, mas em qualquer lugar do mundo: personalizado, altamente cordial e atencioso, sem ficar do lado da mesa “apressando” a decisão ou dando sugestões sem ser solicitado. Típico lugar onde pagamos os 10% do serviço com sorriso no rosto.


Babaganuj de couvert

Nas duas visitas que fizemos, o couvert da casa foi uma porção de babaganuj cremoso e com aquele gostinho defumado no final, com um toque de pimenta picada e salsinha. Para acompanhar, uma pequena cesta de pães quentinhos.

Abrimos nossa viagem gastronômica pelas boas entradas da casa. No Matiz, as entradas são mais do que simples coadjuvantes para abrir uma refeição, cada um tem sua própria identidade, sua complexidade de sabores, e pela elaboração são tão importantes quanto um bom prato principal.


Jardim de Inverno


Jardim de Inverno

O “Belly” (COP 28,000) reúne pedaços tenros de panceta (ou barriga de porco) caseira servidos sobre pão naan indiano, finalizados com um molho à base de mostarda e mel, e camadas de chalota (o nome correto daquela cebolinha pérola que usamos para fazer conserva). Simples na concepção e complexo na execução, o desafio aqui é valorizar as diferentes camadas de carne sem interferir no seu sabor. A combinação do defumado da carne, do agridoce do molho e do adocicado da chalota criam um prato marcante, onde todos os sabores estão presentes e brilham na boca. Para ser degustado sem pressa.


Belly

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.

Criado para os amantes de caranguejo, o “Primo” (COP 48,000) reúne pedaços generosos da carne do crustáceo temperados com manteiga de alho, vinho branco e um toque de chilis, servidos com vermicelli artesanal (pasta fininha, semelhante ao spaghetti). Servido frio, é uma porção farta para uma entrada, suave (mesmo com os chilis) e incrivelmente saborosa, méritos para a carne de qualidade e bem temperada.


Primo

Entre as entradas vegetarianas, provamos o “Porto”, um tipo de tiradito de cogumelos portobello fatiados e acompanhados de nozes, rúcula, pesto de tomates confitados e queijo parmesão (COP 24,000). Embora seja uma porção pequena, o conjunto agrada bastante pela harmonização de sabores tão intensos, sempre com o cogumelo em primeiro plano. A brincadeira aqui é descobrir as diferentes faces do cogumelo, que pode ser combinado com vários ingredientes, gerando diferentes sensações na boca.


Porto

O Matiz foi o primeiro restaurante que visitei em Bogotá, e tudo por causa de um prato: o inesquecível “Amor a Mar” (COP 49,000), que combina risoto de carne de siri, vieiras gigantes do Pacífico com camadas de pimenta verde e folhas de rúcula com vinagre de Jerez. Sério, o negócio é impressionante - risoto molhadinho, carne de siri bem desfiada e derretendo na boca, as vieiras gigantes levemente adocicadas e com o toque da pimenta. Um dos três melhores pratos que comi em Bogotá.


Amor a Mar

Para quem busca combinações inusitadas, o “Blanche” (COP 48,000) traz uma posta de salmão grelhado (e mal passado), gnocchis de abóbora, lâminas de banana-da-terra crocante, queijo feta e um molho à base de gengibre, shoyu e mel. São muitos itens, muitos sabores, mas esta mistureba toda funciona – apenas acho que o salmão deveria vir bem grelhado, e não servido apenas selado e com interior mal passado.


Blanche

Para quem prefere algo mais tradicional, existem alguns cortes de carne Angus, como o tenro "Medallón de Lomo", o nosso filet mignon (COP 69,000), servido com um acompanhamento – pedimos com o ótimo e molhadinho risoto de cogumelos. Carne extremamente macia e suculenta, temperada apenas com sal, selada e servida com o interior rosa, sem sangue, padrão Andrés Carne de Res (para quem não conhece, é o o mítico restaurante é o mais famoso de Bogotá, reconhecido como a melhor carne da cidade).


Medallón de Lomo

Da carta de sobremesas, o “Alejandra” (COP 16,000) é um bolinho de chocolate oco e com uma casquinha por cima, acompanhado com um confit de frutas do bosque e uma bola de sorvete de amêndoas. Digamos que seja uma releitura do chef para o tradicional petit gateau: junto com o doce, o garçom traz um bule com chocolate quente derretido, devidamente derramado por cima do bolo até que a casquinha rompa e o interior do bolo fique inundado de chocolate líquido e quentinho. Uma perdição só.


Alejandra

Entre as opções mais clássicas, o “Giverny” (COP 16,000) é a tradicional tarte tatin de maçãs, servida sobre uma base folhada de crocante de caramelo com canela, e finalizada com uma bola de sorvete de creme caseiro por cima. Adoro tarte tatin, acho uma das sobremesas mais espetatulares que existe, e reinventar um clássico é sempre arriscado. A maçã tem cozimento perfeito, e as mudanças propostas pelo chef servem apenas para oferecer diferentes nuances de sabor, sem interferir na estrela da festa.


Giverny

De todas as delícias que provamos, acho que o único porém da nossa visita foi o “Normande” (COP 16,000), uma torta de banana, dacquoise (discos de merengue intercalados com creme de avelãs), sorvete, mel de tomilho e pedaços de laranja. Confesso que aqui não entendi a idéia do chef, não sei qual é o principal sabor. São muitos sabores fortes juntos, e na minha opinião não houve harmonia – cada item separado é delicioso, mas tudo junto cria uma confusão de sabores.


Normande

Para beber, o suco de Tangerina (COP 8,000) é quase uma unanimidade, embora seja bem diferente dos que encontramos no Brasil, pessoalmente não achei a tangerina colombiana tão refrescante quanto a brasileira.

A casa ainda oferece algumas poucas cervejas, mas é na carta de vinhos que o Matiz mostra sua força. São mais de 200 rótulos de 10 países, com predominância de argentinos e chilenos. É uma seleção elaborada com carinho para quem é apaixonado(a) por vinhos, conciliando rótulos mais exclusivos  de preços altos com opções bem acessíveis – cerca de 30% dos rótulos custam até COP 100,000.


Suco de Tangerina e Beronia Reserva em taça

Além das garrafas, tem uma carta (enxuta, diga-se) de vinhos em taça, como os ótimos Beronia Reserva (COP 20,000) e Morandé Cabernet Franc (COP 20,000) que provamos. O Beronia remete aos meus bons tempos em Madrid, um assemblage de Tempranillo, Graciano e Mazuelo, aveludado e com boa estrutura (em tempo: na opinião deste blog, o Beronia é um dos poucos casos de vinhos espanhóis onde o “Reserva” agrada mais que o “Gran Reserva”). Já o Morandé é um vinho suave, boa presença de fruta e acidez equilibrada, faz um bom papel com pescados ou frutos do mar mais elaborados, ou apenas para acompanhar uma boa carne.

Endereço: Calle 95 # 11A-17
Telefone: +57 (1) 520 2003
Horário de funcionamento: Segunda a sábado das 12hs às 13h30 e das 19hs às 23h30. Fechado domingo.
Internet: http://www.matizrestaurante.com/

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