Torre dell’Orologio
Localizada no vale do Lamone entre Florença e Faenza, esta vila medieval com apenas 8 mil habitantes data do século 13, quando o líder Maghinardo Pagani construiu sua fortaleza no alto de uma das 3 colinas que marcam a geografia de cartão postal da região.
A cidade de Brisighella nasceu no sopé das três colinas, sobre as quais atualmente repousam a La Rocca di Brisighella (século 14), a Torre dell’Orologio, reconstruída no século 19 sobre as ruínas defensivas de um assentamento do século 12, e o Santuário de Monticino (século 17). Como toda aldeia medieval, Brisighella tem seu próprio labirinto de ruas estreitas de paralelepípedos, trechos de paredes e escadas esculpidas em pedra.
Santuario del Monticino (esq) e La Rocca di Brisighella (dir)
Além de ser rica em história, Brisighella integra o roteiro “I borghi più belli d'Italia”, associação privada que promove pequenas cidades com status de grande interesse artístico e histórico (atualmente 217 cidades integram este grupo), além de possuir o selo “Città dell'Olio e del Vino”, atribuído às comunas italianas que mantém tradições artesanais no processo de fabricação de vinhos e azeites.
Por fim, Brisighella também é famosa por seu magnifico spa “Terme de Brisighella”, com fontes de águas sulfurosas usadas em tratamentos médicos e estéticos.
Como chegar: De carro, as cidades mais próximas são Faenza (12km), Ravenna (44km), Bologna (60km) e Florença (90km), as estradas são boas e bem sinalizadas. No nosso roteiro, incluímos Brisighella como cidade de passagem entre San Marino e Bologna.
Também é possível visitar Brisighella de trem, a cidade tem uma estação no trajeto entre Florença e Faenza.
Quanto tempo ficar: Apenas 1 dia. Um bate-e-volta é suficiente para conhecer todas as atrações de Brisighella. Caso seu interesse seja fazer uso das águas termais, considere ficar pelo menos 3 dias na região.
Além das fotos na página do Viajante Comilão no Facebook (clique aqui para vê-las), o site SkyscraperCity montou uma coletânea bem legal com fotos de Brisighella, que podem ser vistas aqui.
O que visitar:
1) La Rocca di Brisighella
Também conhecida como “La Rocca Manfrediana”, em referência à família Manfredi de Faenza que a construiu em 1310. Sua estrutura em formato trapezoidal com duas torres cilíndricas, chamadas “Manfredi” (e pequena) e “Venetian” (a grande, erguida entre 1503-1509), é um belo exemplo da arquitetura militar do período de transição entre a Idade Média e do Renascimento. Bem conservada, a La Rocca ainda mantém as características das fortalezas medievais, como os furos para as correntes da ponte levadiça sobre a porta da frente, passarelas nas paredes, um bunker e seteiras (aberturas para permitir disparo de armas).
Torres Manfredi” (esq) e “Venetian” (dir), com a Torre dell’Orologio ao fundo (esq)
O ingresso para visitar as dependências da fortaleza, o pátio, subir as escadas em espiral e caminhar pela passarela sobre a muralha custa €3, um passeio que oferece uma bela visão panorâmica da cidade.
Atenção aos horários de funcionamento: entre Outubro e Março, abre apenas aos sábados e vésperas de feriados das 14hs às 17h30, domingos e feriados das 10hs às 12h30 e das 15hs às 19h30 (nos meses de Dezembro e Janeiro fecha às 16h30). Entre Abril e Setembro, abre aos sábados, vésperas de feriados, domingos e feriados das 10hs às 12h30 e das 15hs às 19h30.
2) Torre dell’Orologio
Também conhecida como “La Signora del Tempo”, esta fortaleza foi erguida em 1290. Até até 1500 fez parte do o sistema defensivo da vila, em conjunto com a La Rocca. Reconstruída em 1548, foi danificada várias vezes ao longo do séculos. Sua forma atual em estilo gótico data da última reconstrução realizada em 1850. No mesmo ano foi instalado o relógio com 6 setores, ao invés dos usuais 12, onde horas e minutos são marcados por um único ponteiro. Ao pé das paredes ainda são visíveis traços de habitações antigas. Além da visão panorâmica da cidade e do vale, permite belas fotos da La Rocca e do Santuario del Monticino. Os horários para visitação são os mesmos da La Rocca, e a entrada é livre.
3) Santuario del Monticino
Na terceira das três colinas, rodeado por ciprestes, é venerada uma imagem de autor desconhecido de Nossa Senhora com o Menino Jesus, feita em terracota e datada de 1626, originalmente colocado em um pequeno pilar, na entrada da vila. Em 1662 foi transferida para uma capela construída com doações de fiéis. O primeiro edifício foi demolido em 1758 e substituído pelo atual, na abside existem afrescos do século 19, e o altar-mor é todo de mármore. A fachada atual foi reconstruída em 1926, por ocasião do terceiro centenário da imagem sagrada. Na parte de trás do santuário, a pedreira de onde até poucos anos atrás era extraído o gesso, tornou-se um museu geológico a céu aberto. Em honra de Nossa Senhora da Monticino todo dia 8 de Setembro é realizado um dos festivais mais antigos da Emilia-Romagna.
4) Parco delle Rimembranze (ou Parco Ugonia)
O visitante que chega em Brisighella é recebido pelo parque da cidade, desenhado por Giuseppe Ugonia e construído em memória aos que perderam suas vidas na Primeira Guerra Mundial. De grande importância é a escultura de bronze de Domenico Rambelli (1886-1972) conhecido como “Il Fante che Dorme”, instalada no parque em 1927, considerada uma das obras mais importantes do artista. Construída na década de cinqüenta e desenhada por Guido Padovani, a fonte monumental tornou-se famosa por harmonizar sua pureza geométrica e as árvores esculpidas do parque com o entorno histórico.
Il Fante che Dorme
Fonte
5) Antica Via “Degli Asini” (ou Via del Borgo)
O conjunto de casas coloridas que vemos na Via Marconi esconde no seu nível central, onde pode-ser ver os arcos de diferentes tamanhos, uma via elevada provavelmente dos séculos 12-14, usada inicialmente como baluarte para proteger a vila contra invasões. Quando perdeu sua função defensiva, foi coberta, incorporada aos edifícios e usada por carroças puxadas por burros para transportar gesso das pedreiras. Os estábulos ficavam na parte de baixo, enquanto as casas dos carroceiros ficavam no piso superior. As casas são atualmente ocupadas por famílias e estabelecimentos comerciais, e é possível caminhar pelo túnel com chão ondulado (em alguns pontos é uma boa subida) com as vigas de madeira no teto quase batendo na sua cabeça.
Crédito pela foto: http://www.liveranigo.it/brisighella/
Outras atrações que podem ser do seu interesse:
- Fontana Vecchia: Mais antiga fonte pública no país, foi construída em 1490 dentro das muralhas da cidade velha, perto da Porta Fiorentina. Muito querida dos moradores, que a chamam de "la fontana di tri sbroff " (a fonte dos três bicos). No dia da nossa visita estava abandonada, sem funcionar, suja e com cheiro ruim. Se todos os principais monumentos históricos da cidade estão bem conversados, falta um pouco de cuidado com esta velha senhora tão importante na história italiana.
- Chiesa La Collegiata di San Michele Arcangelo: Concluída em 1697, a fachada atual data de 1962. No altar-mor há um retábulo pintado em óleo sobre tela com São Miguel Arcanjo, cópia de uma pintura famosa de Guido Reni. Na principal abside da esquerda, a Madonna delle Grazie, uma pintura atribuída a Mengarelli que remonta a 1410; do outro lado, um crucifixo de madeira de 1500.
- Convento dell'Osservanza: A igreja, dedicada a Santa Maria degli Angeli, remonta a 1525. O interior tem uma só nave com altares laterais e capela para a direita para a esquerda, preserva valiosas obras de arte, incluindo o grande retábulo que representa a Madonna e criança com quatro santos (1520), uma Pietà de Giuseppe Rosetti (século 19) e algumas obras em ferro forjado (século 20).
- Chiesa Pieve di San Giovanni in Ottavo (Pieve Tho): Localizada na estrada que vai para Florença, cerca de 2km do centro de Brisighella, é a igreja mais antiga do vale, erguida entre os séculos 8-10. O interior em estilo românico tem três naves com onze colunas de mármore cinza e um de Verona, muito diferentes na espessura e largura. Completam a decoração afrescos e esculturas dos séculos 15-17. As paredes da nave, do lado de fora, tem requintadas decorações de arcos e pilastras, colocadas entre as janelas gradeadas. A torre sineira, de 21 metros de altura sobre uma base quadrada, data do ano 1000.
- Museo Civico “Giuseppe Ugonia”: Dividido em dois andares, reúne cerca de 400 trabalhos do artista dos séculos 19-20. No segundo andar estão pinturas e esculturas de artistas diversos dos séculos 15-17, como Giovan Battista Bertucci, o Jovem (1539-1614), Giovanni Francesco Barbieri, o Guercino (1591-1666), Thomas Missiroli, o Villano (1635-1699) e Antonio Fanzaresi (1700-1772)
- Termas: Além de uma rica história, Brisighella é famosa por suas águas termais sulfurosas, integrando o circuito termal da Emilia Romagna, formado por 25 spas em 19 cidades. O spa “Terme de Brisighella” oferece várias opções de tratamentos de saúde e estética com uso das águas termais, além de oferecer uma estrutura para quem busca apenas livrar-se do stress e relaxar. Para mais informações, http://www.termedibrisighella.it/.
Onde comer:
domingo, 19 de outubro de 2014
30 dias na Itália: Brisighella, Emilia-Romagna
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