Chocolates:
A Bélgica não é o maior produtor em quantidade, mas é de lá que saem os melhores e mais adorados chocolates do mundo. Não é um exagero chamar Bruxelas de "Capital Mundial do Chocolate".
O belga consome em média 11 quilos de chocolate todo ano, a terceira mais alta do mundo (só os irlandeses e alemães, com 11,2 e 11,1 quilos, estão à frente). Os puristas dirão que o chocolate belga é um dos únicos do mundo que contém 100% de manteiga de cacau. Os especialistas dirão que o processo de torrefação do cacau belga é mais longo, o que leva o produto a ativar ainda mais as papilas gustativas. Os aficionados dirão que o segredo é a quantidade (e qualidade) de chocolateiros - são mais de 500 só em Bruxelas, cerca de um chocolateiro para cada 2 mil habitantes.
A história do chocolate na Bélgica começa em 1857, quando Jean Neuhaus, um chocolateiro de Bruxelas, abriu suas portas. Em 1895, a mesma Neuhaus foi responsável pela invenção do famoso praliné. Curiosidade: a loja com as prateleiras originais fica na Galerie de La Reine, perto da Grand Place.
Entre as marcas belgas mais cultuadas, comece seu tour no Pierre Marcolini, um dos maiores chocolatiers do mundo e de longe a marca mais sofisticada do país. Criador do conceito “la haute couture du chocolat” (alta costura de chocolate), onde cada grão de cacau tem características próprias, são analisados e classificados como grandes vinhos. Todos os anos, ele viaja pelo mundo em busca de grãos exclusivos de cacau, responsáveis pela fama de Marcolini: suas exclusivas barras de chocolate Grand Cru. A vitrine lembra uma joalheria. A boutique principal fica na Place du Sablon.
Aliás, Place du Sablon e Grand Place são roteiros obrigatórios para os chocólatras, onde ficam as principais, mais procuradas e mais recomendadas boutiques da cidade: Leonidas, Wittamer, Valrhona, Godiva, Neuhaus, La Belgique Gourmand, Corné Port-Royal, Mary (a preferida da família real belga) e a La Maison des Maîtres Chocolatiers. A cada esquina, é possível encontrar as chamadas "lojas multi-marcas", que vendem algumas marcas mais "populares" (como Guylian) e outras tantas artesanais, de produtores pequenos. Paga-se por peso.
Importante dizer que o teor de cacau nos chocolates europeus de qualidade é bem mais elevado do que nos chocolates brasileiros, o que produz um chocolate muito mais potente e amargo, mas que pode ser estranho pra quem está acostumado com chocolates mais doces ou os do tipo “ao leite”.
Para quem não sabe, a loja The Chocolate Company, no aeroporto de Bruxelas, é a maior vendedora de chocolates do mundo, com 800 toneladas por ano ou mais ou menos dois quilos para cada minuto de trabalho.
Para fechar seu tour, passe no Museu do Cacau e Chocolate (Rue de la Tête d’or 9, terça a domingo das 10hs às 16h30, http://www.mucc.be/), localizado num edifício do século 17 e visitado anualmente por mais de 50.000 pessoas. Exibe mais de 200 variedades de chocolate e oferece visita guiada contando a história e evolução do cacau. Mas o melhor do passeio é que você poderá degustar vários tipos de chocolates! Vá de estômago vazio.
Waffles:
Além do chocolate, os waffles adoçam as mesas dos belgas há séculos. Diz-se que a iguaria local é a melhor do mundo porque usa um tipo especial de ferramenta para prepará-la, só encontrada na Bélgica.
O primeiro waffle belga a gente nunca esquece. Retangular, dourado, macio, só com açúcar ou com diferentes coberturas, é vendido por ambulantes, restaurantes e cafés chiques em todo o território belga, e faz um sucesso entre crianças pequenas e grandes.
Em toda esquina é possível encontrar uma portinha que venda waffles "take away" por apenas € 1. O cheiro dos waffles saindo da forma, misturado com o aroma inconfundível do chocolate, percorre quase todas as ruas estreitas que desembocam na Grande Place. Certamente sua caminhada pelo centro histórico será muito mais gostosa.
Nas vitrines, é possível ver waffles com coberturas de nutella, morango, chantilly, banana e os tradicionais, apenas com açúcar e nada mais.
A receita da felicidade é o waffle da Häagen-Dazs, acompanhado de sorvete e calda quente de chocolate. Impossível comer um só. Difícil será ir embora depois.
Cervejas:
Mas se o assunto é Bélgica, não dá para deixar de falar de cerveja. Os tchecos são os maiores bebedores do planeta, os alemães são conhecidos pelas festas, mas na opinião dos especialistas as melhores cervejas do mundo são belgas.
Desde a Idade Média, produzir cerveja era atividade cotidiana da Bélgica, castigada por invernos rigorosos. Quase toda família belga fazia a sua, e a tradição de produções artesanais permanece viva até hoje, o que explica a enorme quantidade de cervejarias artesanais e rótulos à disposição dos apreciadores.
Embora o país ocupe um modesto 13° lugar na lista de maiores consumidores per capita de cerveja do planeta, com 78 litros por pessoa, os mais de 1,5 mil rótulos entre industrializadas e artesanais, colocam os belgas em posição de referência no planeta. O país produz de tudo - das claras e leves às mais escuras e intensas, passando pelas "florais", “frutadas”, "tostadas" e “madeiradas”, mas o destaque fica por conta das trapistas, fabricadas por monges - o país reúne seis das sete marcas trapistas existentes no mundo.
Antes de começar a encher a cara, dê um pulinho na Brasserie Cantillon (Rue Gheude Satraat, 56, +32 (0)2 521 49 28, diariamente das 10hs às 17hs, www.cantillon.be) uma cervejaria artesanal que produz a famosa Gueuze-Lambic (mistura de três a seis lambic envelhecidos por até 15 anos em barris de carvalho), e conheça um pouco da história e do processo de produção - as cervejas fermentam ao ar livre, em grandes bandejas no telhado da fábrica, e depois vão para o barril. A bebida passa ainda por uma segunda fermentação dentro das garrafas, semelhante ao método "champenoise". Para fechar o passeio, você terá sua primeira degustação.
Para quem não conhece nada de cerveja belga, destaco cinco rótulos interessantes pra começar seu tour: Duvel (Golden Strong Ale, 8,5% ABV), Boon Kriek (Lambic, 4,5% ABV, são utilizados 250 gramas de cereja para cada litro de cerveja), Tournay Noire (Stout com dupla fermentação, 7,6% ABV), Chimay (Tripel, entre 8% e 9% ABV) e Delirium Tremens (Golden Strong Ale, 8,5% ABV). Como opção, muitos bares oferecem degustações, onde é possível experimentar várias cervejas em copos menores, quase sempre acompanhadas por um petisquinho. É uma boa opção para os marinheiros de primeira viagem.
Entre os bares, o famoso Poechenellekelder (Rue du Chene 5, +32 (0)2 511 92 62), em frente o Manneken Pis, oferece mais de 90 cervejas; no Chez Moeder Lambic (Rue de Savoie 68, +32 (0)2 544 16 99), dedicado à degustação das artesanais, são quase 50 opções de cervejas de pressão (nas torneiras) e mais de 200 em garrafas; tome uma Gueuze-Lambic no A La Mort Subite (Rue Montagne aux Herbes Potagères 7, +32 (0)2 513 13 18); encare com gosto a carta de 2.491 mil rótulos (1.416 são belgas) do Delirium Café (pra quem não conhece, Delirium é uma marca de cerveja muito famosa na Bélgica e que tem como símbolo um elefante cor de rosa), devidamente listado no "Guinness Book of Records" como o bar com mais cervejas do mundo.
O Delirium é sem dúvida o bar mais famoso da Bélgica. Se você resolver visitá-lo, uma informação importante: lá não tem garçom. Ou seja, cada vez que você quiser uma cerveja ou aperitivo, vai precisar levantar da cadeira e disputar espaço entre os clientes para conseguir ser atendido. E nada de cartão de crédito, ali você paga na hora, em euros. Parece um inferno, mas o lugar vale a visita.
Se você preferir apreciar a bebida no hotel, comendo um queijinho bem acompanhado e sem a muvuca dos bares, muitas marcas podem ser encontradas em qualquer mercado, por preços realmente ridículos (exemplo: a rara Westvleteren, vendida no Brasil por cerca de R$ 200, custa € 9 no mercado).
Sempre no começo de Setembro, Bruxelas sedia o "Belgian Beer Weekend", um fim de semana onde as melhores cervejarias da Bélgica se reúnem na Grand Place para celebrar o adorável líquido e embebedar todo mundo. Na edição de 2012 foram 36 stands, com as melhores cervejarias belgas (DeuS, Tripel Karmeliet, Kwak, Duvel, Malheur, St. Bernardus Abt, Chimay Blue, St. Feuillien Saison, La Chouffe, Duchesse de Bourgogne, Bush Prestige, Gordon Finest, Saison Dupont...). Para quem quiser visitar a edição de 2013, a entrada é gratuita, você para apenas o que for beber (entre € 1 e € 4 por cerveja).
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Top 10 Bruxelas: Tour de Chocolate, Waffle e Cerveja
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9 comentários:
Excelente post!
As fotos já deixam com água na boca e os comentários dão ainda mais vontade de viajar logo para lá!
Obrigada e parabéns
Ótimo post!
Estou indo pra Buxelas e amo chocolate! Qual a média de preço? Algum lugar "barato" pra comprar chocolate?
Patrícia, quando o assunto é chocolate, Bruxelas é uma cidade bastante democrática, com chocolates de qualidade para todos os bolsos e gostos.
Nos arredores da Grand Place você encontrará várias lojinhas que vendem chocolates "caseiros" (feitos ali mesmo ou por pequenos produtores) por preços realmente baixos, como 1 ou 2 euros por 100 gramas.
Um abraço!
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Olá Daniel,
Gostaria de parabeniza-lo pelo ótimo blog! Estarei em Amsterdam do dia 01/08 a 05/08, irei para Bruxelas e ficarei até 08/08 e por fim, Paris, até 15/08.
Seu blog é extremamente organizado e detalhado e com certeza irá ajudar MUITO, apesar de que estou perdida com tanta coisa em pouco tempo rs.
Caso queira indicar hoteis, de boa localização para fazer o toour, posso reservar com vocês.
Obrigada!
Adorei seu post, vou em agosto e já anotei tudo para aproveitar principalmente as cervejas!!!!!
muito obrigada!
Daniel, boa noite!
Você saberia me dizer se no mês de Novembro há alguma atração especial em Bruxellas? Um evento tradicional, um costume, etc.
Obrigada
Tús post son bellas y deciosas ! Felicitaciones !
Muito bom seu post... anotei todas as dicas. Voce acha que 3 dias é suficiente para conhecer Bruxelas ?
Olá Terezinha,
Acho que 3 dias são suficientes para conhecer Bruxelas.
Aqui no blog tenho um roteiro de 3 dias pela cidade, dá uma olhada, acho que pode te ajudar no planejamento da sua viagem.
Um abraço!
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