quinta-feira, 6 de março de 2014

Bacio di Latte: O melhor gelato italiano de São Paulo


Baciodilatte e Chocolate São Tomé e Príncipe

A Cuordicrema e o Stuppendo fazem os melhores gelatos de frutas da cidade. A Freddo tem o melhor doce de leite, a Vipiteno é famosa pelo seu pistache, a Häagen-Dazs brilha com seu macadâmia. Com o perdão do trocadilho, o mercado de sorvetes em São Paulo nunca esteve tão aquecido, reunindo diferentes estabelecimentos que oferecem produtos de alta qualidade e uma infinidade de sabores deliciosos. Mas quando o assunto é cremosidade, a Bacio di Latte reina absoluta na terra da garoa, comparável somente aos melhores e autênticos gelatos italianos.

A ideia de criar a Bacio di Latte nasceu em Milão, mas só saiu do papel em terras paulistanas. Os irmãos Edoardo e Gigi Tonolli queriam abrir uma autêntica gelateria artesanal com ingredientes selecionados, leite de primeira qualidade e tecnologia de ponta no preparo. A idéia era boa, mas o mercado local com suas 37 mil lojas oferecia poucas oportunidades. Para piorar, a crise européia batia à porta, a burocracia para abrir uma nova empresa era grande e os custos com impostos seriam altos. Definitivamente a Itália não era o melhor lugar para começar o negócio.


Loja MorumbiShopping (Crédito: Divulgação)

Eis que o Brasil entrou nos planos da dupla. Edoardo já conhecia nosso país, e após uma nova viagem percebeu que a falta de sorveterias de qualidade e a presença de uma clientela exigente faziam da capital paulista o lugar perfeito. Edoardo voltou para a Itália e encontrou seu antigo amigo Nick Johnston, a quem contou sobre a novidade e convidou para fazer parte do projeto. Para financiar o negócio, o pai Tonolli deu aos filhos um carro de época, vendido a um colecionador inglês. Com dinheiro em mãos, o trio viajou pela Itália em busca das melhores receitas e matérias primas, e em 2011 partiu para São Paulo para abrir a primeira loja, estrategicamente localizada na Rua Oscar Freire, área nobre da cidade.


Área interna (Crédito: Divulgação)

Para o desespero dos concorrentes e deleite dos(as) paulistanos(as), a aventura dos três sócios transformou-se na gelateria mais famosa da cidade. Já no primeiro ano de funcionamento a Bacio di Latte foi eleita a melhor sorveteria pela Veja São Paulo, conquista repetida em 2012 (em 2013 o título ficou com a Frida & Mina). Atualmente são oito lojas, com previsão de 20 endereços até 2015. O sucesso pode ser comprovado em números: só a loja da Oscar Freire vende num sábado, dia de maior movimento, 500 quilos de gelato, o equivalente a 2.500 copinhos.

Mas o que explica as intermináveis (e já tradicionais) filas, às vezes de pé na calçada e não raro sob o sol, só para “um potinho de sorvete”? Tudo vale a pena para saborear um gelato artesanal produzido seguindo a tradição italiana (o chamado “gelato puro”) com zero de conservantes e gordura trans, baixa dose de açúcar orgânico (apenas 20%). O leito é fresco, do tipo A, os sabores de frutas usam ingredientes brasileiros e são produzidos como sorbets, à base de água. O pistache é originário da região de Bronte (Sicília) e a avelã Trilobata vem de Langhe (Piemonte), ambos tidos como os melhores do mundo, o chocolate é o belga Callebaut e o doce de leite vem da Argentina. Tudo para garantir os melhores sabores.


Alguns dos treze sabores de chocolate

Tanto carinho no preparo assegura um produto com textura e cremosidade sem igual, de consistência densa e macia, com leveza ímpar e que preenche a boca sem nenhum sinal de cristais de gelo.

Em segundo lugar, chamar o gelato italiano da Bacio di Latte de “sorvete” é o mesmo que chamar um belo kobe beef japonês de “bifinho”. É GELATO. Na Europa e nos Estados Unidos existem regulamentações rígidas que diferenciam sorvete, sorbet e gelato conforme a aeração e teor de gordura. Os sorvetes são feitos com uma base de creme de leite e possuem entre 8% e 20% de gordura. Os gelatos são feitos com leite e possuem entre 5% e 8% de gordura. Já os sorbets são feitos apenas com água, frutas e açúcar orgânico, sem gordura.


Cioccolato Nerissimo e Cremino (Baciodilatte com uma camada de gianduia)

Outro sacada da marca é que cada uma das lojas produz diariamente seu próprio gelato, usando maquinário genuinamente italiano. O modelo descentralizado de produção aumenta o custo fixo da operação e cria uma rede complexa de fornecedores, mas por outro lado garante um produto o mais fresco possível, evitando a formação de cristais de gelo durante o transporte.

O ambiente tem uma decoração temática bacana inspirada no leite, ingrediente importante e tratado com tanto respeito que até faz parte do nome. Com predomínio de branco, tem alguns bancos em formato de tonéis de leite (os mesmos usados em fazendas para armazenar o líquido recém tirado), miniaturas de vacas, garrafas brancas e livros de receitas. O local é pequeno, os poucos lugares para sentar são disputadíssimos, o normal é tomar o sorvete em pé mesmo.



São cerca de 60 sabores no cardápio, divididos entre “Creme” (18 opções), “Frutas” (27) e “Chocolate” (13), das quais apenas 25 são servidos a cada dia e alternam-se periodicamente, dependendo da oferta e sazonalidade dos ingredientes. Mesmo com a fila grande, você pode provar os sabores e escolher o que gostar mais. Servido nos tamanhos “Pequeno" (R$ 9) “Médio” (R$ 11) e “Grande” (R$ 13), você pode pedir até 2 sabores na casquinha ou 3 sabores no copinho. Oferece ainda duas opções para viagem, em potes de isopor com uma proteção plástica por dentro para manter a temperatura e consistência – 1/2 kg custa R$ 30 e 1 kg sai por R$ 55, em ambos é possível escolher até 3 sabores.

O atendimento sempre foi atencioso, as funcionárias estão sempre à disposição para explicar os sabores e repetir a mesma coisa cliente após cliente, apenas tenho uma crítica em relação a falta de padrão na quantidade de sorvete servido. Dois exemplos que já aconteceram comigo: se você pedir um copinho médio com 3 sabores, receberá a mesma quantidade de que pediu um copinho grande com 2 sabores. Em outra situação, estive três vezes na mesma loja, pedi o mesmo “médio” de sempre, apenas com dois sabores, e nas três ocasiões recebi quantidades diferentes de gelato. Dica: usar uma balança, como a Gelateria Parmalat – pode tornar o atendimento um pouco (mais) demorado, mas pelo menos garantirá que todos serão servidos igualmente.


Casquinha com Nutellina

Entre os sabores de creme e frutas, destaques para o imperdível “Baciodilatte” (base de creme de leite e leite), “Fragola” (Morango), “Zabaione” (creme com gemas de ovos e licor italiano Marsala), “Nutellina” (Baciodilatte com Nutella), “Pera”, “Fico” (Figo), “Pistachio di Bronte” (pistache), “Nocciola Tonda Gentile” (avelã), “Doce de Leite” (feito com água, o que deixa o gelato mais leve e menos enjoativo), “Lampone con Gianduja” (sorvete de framboesa com uma camada de Nutella por cima) e “Stracciatella” (Baciodilatte com pedaços de chocolate belga).


Pistachio di Bronte e Cioccolato Costa D’avorio (após umas 2-3 colheradas)

Deixei um capítulo à parte para falar dos 13 (eu disse TREZE) sabores de chocolate, feitos com grãos de cacau procedentes de locais conhecidos pela qualidade do cacau, como a Ilha de Guanaja (Honduras), Gana, São Tomé e Príncipe, Costa do Marfim e Tanzânia, transformados em chocolate na Bélgica ou Holanda. Sério, é um melhor que o outro, um paraíso para os(as) chocólatras (como eu). Meu preferido é o “São Tomé e Príncipe”, um chocolate levemente amargo à base de leite e produzido com cacau africano 70%, que é simplesmente ESPETACULAR!!!

Não deixe de provar o “Cioccolato Nerissimo” (base de água feito com blend de cacaus diferentes, leva apenas 4% de leite), “Cioccolato Tanzania”, “Cioccolato Ghana” e “Cioccolato Guanaja” (base de leite com cacau colhido nos respectivos locais de procedência), “Cioccolato Belga” (blend de cacaus da Costa do Marfim, transformado em chocolate na Bélgica ou na Holanda), “Cioccolato con Peperoncino” (chocolate belga com pimenta rosa), “Cioccolato Kumabo” (base de leite com blend de grãos africanos e 80% de cacau), “Cioccolato Costa D’avorio” (base de água com cacau proveniente da Costa do Marfim, leva apenas 3% de leite) e “Gianduja Croccante” (avelã com chocolate belga).


"Ciocchino" (gelato na casquinha abarrotada de Nutella). Pensa num negócio realmente bão!

Com certeza você ficou com água na boca, está louco(a) para desligar o computador e correr até a Bacio di Latte mais próxima, mas espere um pouco, mas fiz questão de deixar a melhor parte, o verdadeiro "cúmulo da gordice", para o final. Que tal tomar um autêntico gelato italiano na casquinha, mas não uma casquinha qualquer, uma casquinha super-mega-ultra abarrotada de Nutella, da base até o topo, com uma generosa bola de gelato por cima?

Pois é, o "Ciocchino" (R$ 11) é feito para os formigões como eu, unindo dois dos melhores sabores do mundo, facilmente uma das melhores sobremesas de São Paulo. Minha única ressalva é que só é permitido UM SABOR de gelato, a Bacio di Latte poderia pensar em uma versão com dois sabores, seria campeão de pedidos.

Para saber os endereços e horários de funcionamento, acesse http://www.baciodilatte.com.br/lojas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nao concordo, ultimamente o BaciodiLatte perdeu muita qualidade apesar que as lojas sao as veces sujas. A testura do sorvete nos ultimos meses pioro e aquelas de fruta nao tem gosto. Prefiro muito mais a Cuordicrema no Jardins ou a Casa Elli sempre no Jardins.

A Bacio infelizmente agora virou moda e perdeu a sua alma...

Anônimo disse...

Realmente o Bacio di Latte não tem qualidade. Quem já foi a Itália e conhece o verdadeiro Gelato Italiano, sabe que ele é inviável de se expor como o sorvete é exposto no Bacio di Latte. Para que ele ganhe essas formas, há sim altas doses de gordura trans. O verdadeiro gelato italiano somente dentro de freezer com aquelas tampas de alumínio como no Cuordicrema e na Casa Elli. Bacio di Latte virou uma farsa com esse discurso de "qualidade" que hoje se equivale a um kibon qualquer.

Unknown disse...

Adoro! Cremosíssimo!

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