Coxinha da Dadá
Construído no mesmo local que abrigou nos anos 1950 o primeiro açougue e matadouro da Rua Augusta (chamado “Açougue Z”, daí o nome da casa), desativado no início dos anos 1970 para dar lugar a um mercadinho.
Os donos (também responsáveis pelos bares Vegas e Volt) tiveram o cuidado de preservar parte da história ao decorar o ambiente com objetos que remetem ao antigo estabelecimento, como as paredes de azulejos brancos (os mesmos que decoravam o açougue, mais de 60 anos atrás) repletas de ganchos de pendurar carne, balanças, facas, cutelos, machados, facões e cabeças de animais. Repare nas maçanetas da entrada – deve ser o único bar do mundo onde elas são cutelos!
Complementam a decoração fotos de famílias em preto e branco, notas e moedas antigas, uma caixa registradora antiga, a estante que serviu de aparador de bebidas para o primeiro boteco da Rua Augusta e o mobiliário recuperado de uma antiga cantina da rua. A iluminação é feita com lâmpadas gigantes de postes da década de 1950.
Parece estranho, inusitado, bizarro? E se eu te falar que este lugar temático tem praticamente metade do cardápio com opções vegetarianas? Coisas que você só encontra em São Paulo. Bem-vindo ao Baixo Augusta!
O som ambiente (em volume um pouco alto demais, o que atrapalha um pouco para conversar) é embalado por bom rock clássico, soul e blues – no dia da visita, o ZZ Top acompanhou nossa refeição até o final. O ambiente é escuro demais, às vezes é difícil enxergar o que está escrito no cardápio.
Definir o Z Carniceria como um restaurante é errado, estamos falando de um bar no padrão "inferninho" da Augusta e ponto, onde o público-alvo está à procura de beber e ouvir boa música, onde a comida é um complemento, não a estrela principal. Um lugar que trabalha com comanda individual, onde você precisa fazer um cadastro (nome, telefone e RG) no caixa e, dependendo do dia, pegar uma fila dos infernos e pagar um valor determinado pra entrar. Chegue cedo, porque lota. E você vai querer estar sentado em uma mesa, acredite.
Dentro do salão, evite ficar nas primeiras mesas da entrada, o cheiro de cigarro que vem de fora é forte, já as mesas do lado direito são muito frias por causa das bocas de ar condicionado, que rapidamente refrigeram a comida. Fique na área do bar (onde funcionava o frigorífico do açougue) ou chegue cedo para pegar uma das duas mesas localizadas do lado esquerdo (sem ar congelante na cabeça e onde o cigarro não incomoda).
O atendimento é rápido e prestativo, mas não espere muita simpatia dos garçons. No dia da visita, apenas uma moça dava conta do salão todo, e às vezes o tempo de resposta deixou a desejar. Enquanto ela corria para dara conta dos pedidos, dois outros funcionários ficavam na área do bar, com cara de paisagem. Bem que podiam dar uma ajudinha, né?
Para beber, uma carta com mais de 30 drinques e uma seleção de whiskies, cachaças envelhecidas, licores e tequilas, entre outros. O chopp da casa é Heineken (R$ 8), bem tirado e com colarinho na medida. Da carta de brejas especiais, destacam-se a irlandesa Murphys (versões Stout e Red, R$ 20), a italiana Birra Moretti (R$ 14) e a austríaca Edelweiss (R$ 18).
O cardápio reúne uma seleção com cerca de 25 opções (das quais 10 são 100% vegetarianas), entre versões repaginadas de comidas de boteco e sanduíches bem servidos e com combinações bem originais.
O carro-chefe da casa é ela, a famosa “Coxinha da Dadá” (R$ 23). São oito coxinhas pequenas, daquelas que você devora em duas mordidas, espetadas num palito, acompanhadas por um potinho de geléia de pimenta. Dentro, um pedaço de peito de frango envolto com catupiry, empanado e frito. É realmente gostoso, a casquinha é crocante e sequinha (embora no dia da visita o sabor acentuado do catupiry mascarou o gosto da massa e da ave), mas não é exatamente uma coxinha, é um bolinho disfarçado. A geléia tinha consistência de gelatina, pessoalmente não agredou nada ao salgado.
Também provamos o “Bolinho do Carniceiro” (R$ 23), uma porção de bolinhos de mandioca recheados com carne seca e puxados na manteiga de garrafa com ervas, também acompanhado pela geléia nonsense de pimenta. A idéia é muito boa, mas na nossa avaliação o salgado pecou pelo excesso de manteiga de garrafa, que deixou o sabor da carne forte demais e desapareceu com a mandioca.
Bolinho do Carniceiro
Provamos também o “Combo da Nona” (R$ 27), uma versão degustação dos sanduíches “El Matador” (carne moída refogada, vinagrete e mussarela derretida), “Carne Loka” (100% carne louca) e “Vanderléia” (antepasto de berinjela, tomate, milho e mussarela derretida), servidos em mini-pães de batata. O El Matador não agradou, veio com pouca carne e quantidade exagerada de tomate e ervilha (!!!), já o Vanderléia é gostoso, com sabor forte da berinjela, mas é o “Carne Loka” quem brilha – carne desfiada, passa pela chapa antes de ir para o pão, deixando aquela casquinha crocante. Sensacional, a melhor parte da refeição.
Combo da Nona
Os anéis de cebola empanadas da casa, chamada de “Rings on Fire” (R$ 20) foi o ponto baixo da noite. Estavam sequinhas, todavia massudas demais, a cebola parecia ser picada e misturada com a massa – ao invés daqueles anéis inteiros que quando você morde saem inteiros da casquinha, abri com a mão e achei cebola em pedaços, não gostamos. Acompanha um mix com três molhos: barbecue (excelente), maionese com ervas finas (sabor forte) e apimentado (uma versão incandescente de chimichurri).
Onion Rings e os molhinhos (abaixo)
Outras opções do cardápio chamaram nossa atenção e certamente justificarão uma segunda visita, como os petiscos “Bruschetta Gambino” (bruschettas de alcachofra com pimenta jalapeño, shimeji com parmesão e tomate com ervas), “Chumbinho Chacarita” (bolinhos de carne picantes acompanhados com molho barbecue), “El Mariachi” (filet mignon aperitivo com molho de pimenta jalapeño e chimichurri), e os sandubas “Filé Grand Torino” (filet mignon com queijo fundido no pão francês, acompanha vinagrete, mostarda e batata frita), “Don Oscar” (filet de frango na chapa com abobrinha grelhada, alface, queijo prato e tomate cereja) e “Al Capone” (150 gramas de hambúrguer de picanha, rúcula, shimeji e queijo emmental, acompanha batata rústica), além de uma versão full do “Carne Bem Loka”.
Endereço: Rua Augusta, 934 - Consolação - São Paulo - SP
Telefone: +55 (11) 2936 0934
Horário de funcionamento: Terça e quarta das 19hs à 1 da manhã, quinta a sábado das 19hs às 2 da manhã, domingo das 19hs à meia-noite, fecha segunda.
Internet: http://www.zcarniceria.com.br e http://zcarniceria.tumblr.com/
sábado, 29 de março de 2014
São Paulo – Z Carniceria
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