quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Buenos Aires – Velvet Café



Segunda-feira de carnaval. Após passarmos o dia no Zoo de Lujan (comentarei a respeito em outro post), retornaríamos para o hotel para um merecido banho e encerraríamos a noite no Sucre, em Belgrano. Mas São Pedro não gostou da ideia  um verdadeiro dilúvio interditou as principais avenidas, alagou a 9 de Julio e os principais bairros, fechou o metrô e quase nos deixou ilhados numa van entre Lujan e Buenos Aires. Seria uma roubada tentar atravessar a cidade – só o taxista sairia ganhando.

Assim que a água baixou, decidimos sair para conhecer as opções do bairro, olhar os cardápios, quem sabe descobrir algum achado. Ledo engano. Comer bem em Buenos Aires exige muita pesquisa e ótimas referências, sob o risco da sua experiência gastronômica ser um baita fracasso.

A poucos passos do hotel, no coração de Palermo Soho, descobrimos a Plaza Guemes e a simpática igreja de Nossa Senhora de Guadalupe. Em torno da praça existe boa vida noturna, com cafés, pizzarias, sorveterias. Após olharmos e reprovarmos umas 5 casas, com cardápios suspeitos e salões desertos, escolhemos o Velvet, que parecia ser a melhor opção – pelo menos, era a que tinha mais mesas ocupadas.

Ambiente obsoleto, colorido e iluminado demais, cheio de espelhos, plantas espalhadas no salão e velhos sofás de couro, lembra um típico café portenho do começo do século passado. No cardápio, carnes, peixes, massas e pizzas, servidos em porções gigantes, que facilmente alimentam 2 ou 3 pessoas. Saímos de lá frustrados com a comida ruim que provamos e com a conta alta que pagamos. Péssimo custo/benefício.



Se você busca apenas um lugar para encher a barriga e com porções que alimentem um batalhão, talvez seja uma opção. Mas se você busca QUALIDADE, porções saborosas, fuja de lá. Sou da teoria que um restaurante que faz de tudo um pouco não faz nada direito, e o Velvet é o exemplo perfeito.

O carro-chefe da casa são os imensos filés de brontossauro e frangos inteiros preparados na parrilla, servidos em grandes bandejas em cima de quase 2kg de batata frita. Se vale o ditado de que comemos com os olhos, a primeira impressão não ajuda.

Decidimos pedir algo em teoria mais simples de fazer, sem muitas chances de errarmos: uma pizza e uma tortilla de batata com chorizo fatiado. Pois acreditem, eles conseguiram errar nos dois pratos.

Primeiro a pizza. Pedimos uma média (6 pedaços), meia “Velvet” (palmito, mussarela, gorgonzola, nozes, pimentão vermelho, ovos picados) e meia “Parma” (presunto parma, rúcula, tomate seco, parmesão, mussarela), por módicos AR$ 108 (R$ 43,20). Sim, um assalto.

Importante dizer que a pizza na Argentina é bem diferente da brasileira, com massa extremamente grossa, lembra mais um pão com cobertura. A Velvet estava “comível”, mas a Parma era inviável – salgada ao extremo, só consegui comer meio pedaço.



A tortilla de chorizo (AR$ 75, R$ 30) foi uma catástrofe. Sério, o cozinheiro se esforçou para fazer algo tão ruim. Péssima apresentação, gordurosa, batata seca, pouca cebola. Servida cortada em 4 pedaços, todo o chorizo estava num pedaço só, amontoado – quem fez não se deu ao trabalho de mexer o negócio. Ganha de longe o título de “pior tortilla do mundo”.



Pagamos AR$ 217 (R$ 86,80) pela conta, com 2 pratos principais, 1 suco e 1 água com gás, sem serviço. Se a comida fosse boa, a conta seria barata. Mas como o jantar foi traumático, a conta foi cara demais. A única vantagem é que a casa não cobra “cubiertos” (o tal couvert), algo normal nos restaurantes portenhos.

Provavelmente a única coisa que valeu a pena foi a entrada: uma cestinha com pães quentinhos (na verdade, os pães eram fatias de pizza). Só faltou uma manteguinha.


Cesta de pães no couvert

Dizem que as carnes do Velvet são boas, mas pelo que vi nas mesas, não fiquei com a mínima vontade de experimentar. Li muitos elogios sobre as entradas, principalmente a porção de lulas à dorê, mas não tive coragem – se o lugar não consegue nem fazer uma pizza, não acredito que os frutos do mar mereçam respeito.

Endereço: Calle Jerónimo Salguero, 1807 – Palermo
Telefone: +54 (11) 4823-7770
Horário de atendimento: Todos os dias das 12hs às 16hs (almoço) e das 20hs à 1 da manhã (jantar).

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