Castellammare del Golfo – Ristorante Al Burgo

Odeio quando não tenho nada para guardar de uma refeição, a não ser decepções. Quando pagar a fatura do cartão dói no bolso, não porque é caro, mas porque é ruim demais. Castellammare del Golfo nos apresentou o Ristorante Cumpà e sua Caponata Alla Siciliana, uma agradável descoberta, mas compensou com juros com o Al Burgo, provavelmente a maior decepção de toda a viagem.

Está em Castellammare del Golfo, caminhando tranquilamente pela Corso Giuseppe Garibaldi e viu a placa deste restaurante? Pois é, passe direto. Nenhum prato – eu disse, NENHUM PRATO que provamos valeu a visita. A cerveja era boa, mas absurdamente cara. No fim saímos com fome e com €65 a menos no bolso.







O lugar é bonito, mas a primeira impressão de que trata-se de um restaurante típico, já que a entrada dá a entender que o lugar fica no subsolo de alguma casa centenária, revela um lugar extremamente moderno e com gosto duvidoso, cheio de luzes, vidros, espelhos e quadros de Andy Warhol.

Não sei como definir a cozinha, com certeza não é italiana, esforça-se em vão para ser mediterrânea, no fim tenta ser tudo e não é nada. Tem peixe, tem massa, mas falta identidade.

Confesso que não lembro exatamente os nomes dos pratos que provamos e, peço desculpas, não vou perder meu tempo em pesquisá-los desta vez. Foram duas entradas, o tartar de atum mais sem graça que já comi na vida, acompanhado por uma salada cole slaw e parmesão ralado (€14), e uma salada de rúcula com alguns camarões e gomos de laranja, pela qual pagamos inacreditáveis €10.





De primi (sim, eu tentei pedir outro prato, achando que a coisa poderia melhorar), um busiate (massa típica da Sicilia, parece um spaghetti retorcido) com pedaços de carne, rúcula (?)  e tomates cereja (€10). Só que a carne estava em falta, então substituíram por berinjelas. Fazia tempo que não comia um troço tão ruim, nada combinava com nada, a manta de rúcula no fundo do prato (??), embaixo do macarrão (???), era estranha demais – era óbvio que o macarrão quente iria “cozinhar” a rúcula, como acabou acontecendo.



O calor estava forte, então decidimos trocar o vinho nosso de cada dia por uma cerveja gelada. Chamou nossa atenção a “Viola Rossa 6.6”, uma Red Ale italiana com duplo malte e 6.6% de ABV (€14). Fabricada pela Birra Arduini, de Catholica (Rimini), é uma cerveja de cor intensa, perfeita para quem gosta das autênticas tostadas inglesas, com aquele amargor persistente. A única coisa que prestou na refeição. Seria perfeita, não fosse o preço, quase um assalto à mão armada.

De sobremesa (sim, eu sei que insistimos no erro, mas estávamos com fome, lembra?), pedimos uma salada de frutas. Meu, uma simples e modesta salada de frutas, não teria como errar. Okay, normalmente os €5 por uma sobremesa seriam aceitáveis, mas estávamos tão irritados, que no fim achamos caro.



Vamos à salada: pedaços de abacaxi azedo, melancia e nectarina docinhas (até que enfim um acerto!), mas que era mais bonita de ver do que comer. Aliás, percebemos que a cozina tem uma preocupação maior em ornamentar os pratos do que caprichar no sabor. Quer ganhar o cliente com os olhos, para depois arrebentar o estômago.

Como já falei acima, a conta saiu por €65, incluindo €5 de coperto para os dois.

Segue o endereço, para que você não tenha dúvidas de onde NÃO IR: Via Malta 19, é uma travessa da Corso Giuseppe Garibaldi, a principal avenida da cidade. O site dos pilantras é http://www.ristorantealburgo.com/. Não vou deixar telefone nem horário de funcionamento, tenho certeza que você passará o mais distante possível de lá.