Capellini ao molho de tomates frescos com camarões à provençal assados no forno à lenha
Aberto em 2008, o Arturito é comandado pela chef-proprietária Paola Carosella, argentina que chegou ao Brasil em 2001 e trabalhou na abertura da Figueira Rubayat, em 2003 criou o inesquecível Julia Cocina, restaurante que deixou saudades na gastronomia paulistana. Uma das chefs mais competentes (e lindas) da atuação geração, recentemente Paola deixou a posição de diretora de operações no Grupo Rubaiyat para dedicar-se à supervisão do Arturito, com o chef Thiago Bañares no comando das panelas.
O grande salão é um corredor dividido em dois ambientes, o primeiro tem um ar mais informal e despojado, com móveis claros e um encosto colorido na parede, enquanto o segundo beneficia-se do teto retrátil para garantir boa iluminação natural nos dois ambientes, e da parede com plantas para trazer uma brisa agradável e criar uma atmosfera rústica e aconchegante.
O couvert (R$ 7) é simples e bem executado, chega à mesa um pedação de pão mouro com alecrim, flor de sal e casquinha crocante, preparado e assado em casa, acompanhado por um potinho de manteiga. Aliás, quase tudo o que chega à mesa é feito ali mesmo, dos pães aos sorvetes, da coalhada à salumeria, do doce de leite argentino às massas.
Do forno à lenha saem as famosas empanadas salteñas (R$ 7 cada), preparadas do mesmo jeito que no norte da Argentina, com recheio de carne picante, batata e ovo caipira. A massa fina e crocante, com pontos levemente queimados da lenha, guarda recheio molhadinho e saboroso.
O motivo da nossa visita é o menu executivo do almoço, chamado “especial do dia”, tem entrada, prato e sobremesa por R$ 44, provavelmente um dos melhores custo/benefício da cidade. No dia da visita, tinha bruschetta de tomates fatiados, burrata cremosa e manjericão de entrada, capellini ao molho de tomates frescos com camarões à provençal assados no forno à lenha de prato principal, e shortbread com frutas vermelhas, mascarpone e doce de leite argentino de sobremesa.
Bruschetta de tomates fatiados, burrata cremosa e manjericão
A bruschetta é suave, a burrata é extremamente cremosa, e a fatia de pão mouro com azeite é um negócio de tão bom. O prato principal destaca-se pelo OITO camarões, bem temperados com alho, azeite e salsinha. Como são preparados no forno à lenha, pecou pelo sabor excessivo de fumaça. Sou louco por mascarpone na sobremesa, acho que ela liga e harmoniza sabores diferentes, e aqui não foi diferente. A calda de frutas vermelhas é bem feita, o shortbread (tipo de bolacha de aveia) é servido sobre uma cama de doce de leite argentino. Na boca, ocorre uma explosão de sabores, doce, azedinho. Espetacular, foi o ponto alto da refeição.
O cardápio enxuto traz uma cozinha criativa com toques mediterrâneos e preços bastante acessíveis, mirando um ticket médio de R$ 100 por pessoa. Dos 12 pratos principais, 6 custam menos de R$ 50, como o bem executado Capellini Alfredo (R$ 29), de massa fininha e com molho à base de manteiga, pimenta do reino e queijo grana padano (ou parmigiano reggiano), e a rabada braseada com ravioli de espinafre (R$ 49). O capellini que provamos no menu executivo custa R$ 54, e o prato mais caro do menu é o Polvo na Chapa (R$ 76), acompanhado de batata aos murros.
Capellini Alfredo
Da lista de entradas, brilham os mexilhões à provençal (R$ 24 e R$ 48, conforme o tamanho), as Gambas al Ajillo (camarões salteados com alho, salsinha e azeite extra virgem; R$ 31 e R$ 52), o magret de pato curado como prosciutto, acompanhado de torradas de brioche artesanal (R$ 19) e o Calamari alla Diavola (lulas frescas no forno a lenha, cebolas, tomates, alho, pepperoncino; R$ 46).
O menu detalhado com preços (sempre um gesto elogiável) pode ser consultado aqui.
O atendimento esforça-se para ser simples, pessoal e cordial, embora no dia da visita estava bastante confuso. Nosso serviço demorou 1h20, do momento em que sentamos à mesa até a conta. Sei que o restaurante “prepara tudo na hora”, mas nem todo mundo dispõe de 1h20 para um almoço executivo (que propõe-se a ser mais rápido). Questionei o garçom, que informou que havia um “problema com o sistema de controle de pedidos” naquele dia, e que normalmente o serviço demoraria uns 45 minutos. Na saída, fiz a mesma pergunta ao Gerente, e a resposta dele, diferente do garçom, foi “sim, este é nosso tempo médio de atendimento, caso você queira comer mais rápido é só avisar o garçom que aceleramos seu pedido”. Oi?
Shortbread com frutas vermelhas, mascarpone e doce de leite argentino
Perguntei ao garçom sobre o gosto de fumaça dos camarões, e ele me disse que não eram feitos no forno à lenha. Estranho, blogs como Marcelo Katsuki e Gastrolândia juram que é preparado à lenha. Por fim, a salteña que pedimos insistia em não vir – chegou a bruschetta, chegaram os pratos principais, e nada. Tive que lembrar o cidadão “ei, cadê minha salteña?” para que percebesse que algo estava errado. Segurou a sobremesa na cozinha, e perguntou se poderia trazer a salteña, mesmo após o prato principal. Pelo menos ela não foi cobrada, uma forma justa de reconhecer o erro.
Por fim, a carta de vinhos reúne cerca de 50 rótulos da França, Itália, Portugal, Espanha, Chile, Argentina, Africa do Sul, Brasil, Grécia e Libano. Os preços poderiam ser um pouco mais convidativos, apenas 30% das garrafas custam até R$ 100. A parte legal é que o Arturito não cobra rolha, então você pode trazer de casa seu vinho favorito. Também oferece algumas opções em meia-garrafa e vinhos em taça.
Endereço: Rua Artur de Azevedo, 542, Pinheiros
Telefone: +55 (11) 3063-4951
Horário de Funcionamento: Terça à quinta das 12hs às 15hs e das 19hs às 23h30, sexta das 12hs às 15hs e das 19hs à meia-noite, sábado das 12h30 às 16hs e das 19hs à meia-noite, domingo das 12h30 às 16hs.
Internet: www.arturito.com.br
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Arturito: O melhor menu executivo de São Paulo
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