Sashimi de salmão, toro (atum gordo) e polvo
Localizado em casinha bem discreta na movimentada Rua Manuel da Nóbrega, em frente ao Ginásio do Ibirapuera, o Uo Katsu não é um restaurante como os outros. Antiga peixaria, as instalações são muito simples (e incrivelmente limpas, diga-se), os 65 lugares da casa se dividem em cinco longas e apertadas mesas comunitárias (sim, coletivas, padrão refeitório), com pequenas (e desconfortáveis) banquetas para sentar, além de um balcão com apenas 4 lugares. Toalhas sobre a mesa e guardanapos de tecido, esqueça. A bebida é servida em copo de plástico.
Não aceita reservas. Não guarda lugares. Você só pode sentar quando todos estiverem presentes. Os lugares são liberados por ordem de chegada - na entrada, um dispensador de senhas “Bico de Pato”, o mesmo usado nas agências bancárias, para você pegar senha e esperar sua vez (embora você terá que procurar a Dayane e informar quantas pessoas são). O ambiente é barulhento, a gritaria é constante. Funciona com comanda, que você paga diretamente no caixa – e a fila é uma muvuca só.
Mesas comunitárias
Mesmo assim, o lugar tem fila de espera todos os dias. Qual o segredo? Japonês realmente bom é aquele que tem sempre peixe fresco. No Uo Katsu você comerá não apenas o peixe mais fresco de São Paulo, mas provavelmente o peixe mais fresco da sua vida.
Aí você pensa “vou pagar uma fortuna”. Nã-na-ni-na-não! Os donos do local, japoneses super tradicionais, comercializam peixes há 25 anos. O frescor do alimento é uma obrigação, e para nossa felicidade os preços são super convidativos, fazendo deste local familiar um dos melhores custo/benefício da cidade. O restaurante é muito frequentado por descendentes japoneses, que procuram uma culinária tradicional e mais próxima do Japão.
Os garçons têm aquele estilo bem prático e direto, sem frescuras, sem perder tempo. Se você começar a pedir muta coisa, o garçom vai te dar um toque “Será que não é melhor pedir uma porção menor? Se quiser mais, é só pedir depois.”. Isso chama-se preocupação com o desperdício.
Os 10% da taxa de serviço não são obrigatórios, mas se você decidir pagar, prepare-se: a pessoa no caixa gritará “CAIXINHAAA!”, e todos os funcionários responderão com um sonoro “OBRIGADOOO!”.
Sashimi de salmão e niguiri de salmão
O cardápio busca inspiração na cozinha tradicional japonesa, com sushis, sashimis, temakis e grelhados. Impressiona pela variedade de peixes e frutos do mar – além dos tradicionais e sempre presentes salmão e atum, é possível encontrar, dependendo da oferta de peixes do dia, atum, toro (atum gordo), carapau, anchova negra, peixe-voador, buri, cavalinha, linguado, lula, camarão, polvo, robalo, saint peter, sardinha, serra, pargo, pescada amarela, arenque, ovas (inclusive de ouriço) ostra, enguia, vieira...
No fundo, niguiri sushis de anchova negra (que é branca) defumada, pescada amarela, sardinha e salmão; na frente, uramaki de shimeji com salmão, e sushi Joe de salmão
Os sashimis são vendidos por peso, uma herança dos tempos de peixaria. Uma porção de 100 gramas rende entre 10 e 12 fatias bem cortadas e com boa espessura, preços entre R$ 10 (sardinha) e R$ 38 (atum toro). Os mais pedidos são salmão (R$ 16), polvo (R$ 20) e atum (R$ 28). Provamos o salmão, com textura incrível e sem aquele sabor de congelado comum nos restaurantes japas da cidade, o inesquecível toro, amanteigado na medida certa, além de um ótimo e tenro polvo.
A boa e maltada breja da Kirin Ichiban
Os temakis são espetaculares, beiram o inesquecível, e ponto final. Difícil achar uma alga mais crocante em São Paulo e, como a preocupação da casa é servir tudo muito fresco, os temakis são levados à mesa tão logo são finalizados pelos sushimen, não importa o que mais você tenha pedido. Custam entre R$ 7,50 (kani, skin, grill e shimeji) e R$ 22 (ovas e ouriço do mar). Os que mais gostamos foram os de salmão completo (R$ 11) e Ebiten (camarão, R$ 16,50), embora o grill tenha sido o mais surpreendente de todos.
Temaki Ebiten (camarão)
Temaki salmão grill
Temaki salmão
O niguiri sushi são vendidos por unidade, com preços entre R$ 3 (skin, kani e tamago, o omelete japonês) até R$ 12 (toro). Os niguiri de salmão (R$ 6), atum (R$ 7), camarão (R$ 6) e polvo (R$ 6) são imperdíveis, mas permita-se experimentar as improváveis e deliciosas versões de sardinha (R$ 3), pescada amarela (R$ 7) e vieira (R$ 9).
Niguiri de camarão, salmão e vieira
Os uramakis e hossomakis também estão no cardápio e podem ser pedidos por unidade (entre R$ 1,90 e R$ 2,90) ou em porção com 8 unidades (entre R$ 15 e R$ 23). Fechamos a seleção de pratos frios com uma porção com 8 sushi Joe (ou “djô”) envoltos por salmão e cobertos por salmão com cream cheese. Incrivelmente saboroso, o sushi é grande, muitos não conseguem colocá-lo inteiro na boca. Aliás, sushis grandes são uma marca do lugar.
Sushi Joe de salmão
Para fechar, os peixes grelhados também são vendidos por quilo. São 3 tamanhos, pequeno (entre 100 e 150 gramas), médio (entre 200 e 250 gramas) e grande (cerca de 300 gramas). Pedimos o ótimo salmão grelhado médio, um peixão de 250 gramas e que custou módicos R$ 19. Cara, R$ 19 por um salmão grelhado à perfeição, macio e super cheiroso. Acho que nunca mais vou fazer salmão grelhado em casa!
Salmão grelhado
Importante: Aceita cartão de débito e crédito, mas só Visa (pessoal da Mastercard gritando de ódio em 3, 2, 1...), além de cheque e dinheiro.
Endereço: Rua Manoel da Nóbrega, 1.180 - Paraíso
Telefone: +55 (11) 3887-9426
Horário de funcionamento: Terça à sexta das 10hs às 18hs, sábado das 10hs às 16hs, domingo e segunda fechado.
sábado, 20 de setembro de 2014
Uo Katsu: O melhor peixe de São Paulo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário