Piazza dell’Anfiteatro
A origem de Lucca data de 220 a.C, pelas mãos dos etruscos. Tornou-se colônia romana em 180 a.C, e recebeu em 56 a.C. o encontro entre César, Pompeu e Crasso para renovar os termos do Primeiro Triunvirato. A herança romana está presente nas construções histórias e no traçado intacto das ruas.
Na Idade Média, Lucca tornou-se um dos principais centros da Itália, graças à produção de seda, chegando a rivalizar em importância com Florença. Mesmo com sua muralha, viveu em paz até 1799, quando foi invadida pelas tropas de Napoleão. Atualmente tem 80 mil habitantes, todavia o Centro Histórico (área delimitada pela muralha) é pequeno e tem poucos habitantes, o que ajuda a manter os ares de cidade pequena e provinciana.
Mapa de Lucca, com a muralha em destaque - clique na imagem para baixar a versão pdf
Como chegar: Partindo de Florença, você pode ir de carro (cerca de 80km, sentido Pisa) ou trem (cerca de 1h30 de viagem, com saídas da Stazione Centrale Santa Maria Novella).
Quanto tempo ficar: Apenas bate-volta, 1 dia é suficiente para conhecer os principais pontos turísticos.
O que fazer:
1) Mura di Lucca
Erguida entre 1513 e 1650 por razões defensivas, a muralha que cerca a Cidade Velha é uma das mais bem preservadas da Europa. Totalmente intacta, tem 12 metros de altura, 4,2km de extensão, 11 baluartes (Santa Croce, San Frediano, San Martino, San Pietro/Battisti, San Salvatore, La Libertà/Cairoli, San Regolo, San Colombano, Santa Maria, San Paolino/Catalani e San Donato) e 5 portas (San Donato, Santa Maria, San Jocopo, Elisa, San Pietro e Sant'Anna).
No início do século 19 a parte superior da muralha foi transformada em parque público, como um calçadão, repleto de árvores e usado para caminhadas, atividades físicas, andar de bicicleta ou patins, além de shows e eventos. Rampas foram criadas para facilitar o acesso das pessoas. Assim nasceu o “Passeggiata delle Mura Urbane”, o parque de Lucca. Já os baluartes foram cobertos com gramados, alguns contam com mesas de piquenique e equipamentos de lazer para crianças, outros são usados para bater uma bolinha.
Uma ótima opção para conhecer a cidade é percorrer o parque de bicicleta, elas podem ser alugadas em vários pontos da cidade.
2) Piazza dell’Anfiteatro
Construída sobre as ruínas de um antigo anfiteatro romano do século 2, abandonado após a queda do Império Romano. Suas ruínas foram usadas como alicerce para a construção de edifícios, usados como depósito de sal, reserva de pólvora e até prisão. Em 1830, o arquiteto Lorenzo Nottolini removeu os prédios do meio da praça e alinhou os demais com o perímetro circular, mantendo as diferentes alturas e deixando quatro portas em arco para permitir o acesso. O novo espaço foi usado como mercado da cidade até a primeira metade do século 20.
Infelizmente pouco sobrou do anfiteatro original, uma imponente estrutura com 55 arcos dispostos em dois níveis e capacidade para 10.000 espectadores. A arena está enterrada cerca de 3 metros abaixo da praça, mas ao longo do perímetro externo são visíveis algumas das paredes originais. A menor das 4 portas de acesso é um dos 55 arcos originais.
3) Duomo di San Martino
Construída no século 11 no lugar da primeira igreja dedicada a San Martino, datada do século 6. Tem 27,6 metros de altura (a torre tem 69 metros), 84,3 de comprimento e 43,6 de largura. A fachada (inspirada na Catedral de Pisa) e o pórtico datam do século 13, e o interior em estilo gótico tardio é dos séculos 14-15.
No seu interior, visite o túmulo de Ilaria del Carretto (1406-08), que retrata uma nobre, esposa de Paul Guinigi, que morreu muito jovem, durante o parto. O sarcófago de mármore mostra a jovem dormindo, ricamente vestida. Aos seus pés, um cachorrinho, símbolo da fidelidade conjulgal. Para os peregrinos, o ponto alto é o Il Volto Santo (ou "Santa Croce"), um grande crucifixo de madeira que, segundo a lenda, foi esculpido por Nicodemos, a figura bíblica que ajudou José de Arimatéia a retirar o corpo de Cristo da cruz. Os críticos são unânimes em afirmar que a cruz atual, do século 11, é uma cópia da obra original, que chegou a Lucca em 782.
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4) Torre dell'Orologio
Torre mais alta da cidade (50 metros), datada do século 13. No interior, a escadaria original de 207 degraus é toda de madeira. O relógio de corda manual é de 1754, um dos poucos ainda em funcionamento na Europa, tem um mostrador com algarismos romanos, com uma estrela no centro. O maior sino anuncia as horas, e os dois sinos menores comandam os quartos de hora.Aberta ao público, é possível subir até o campanário com quatro janelões em forma de arco e ter uma bela visão da cidade.
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5) Palazzo e Torre Guinigi
Construídos na segunda metade do século XIV pelos Guinigi, uma família de ricos comerciantes. Nesta época as torres eram elemento de prestígio para as famílias mais importantes da cidade, que chegou a ter mais de 250 delas. A torre é uma das poucas remanescentes, um exemplo típico de românico-gótico Lucca, construída em tijolo e adornado com janelas gradeadas, quádrupla, brasões, quadros e placas. Tem 44 metros de altura e um jardim suspenso com sete carvalhos (um para cada irmão da família) no topo, plantados e replantados ao longo dos séculos. É possível subir a torre (cerca de 230 degraus) e ter uma visão da Cidade Velha.
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6) Piazza San Michele e Chiesa di San Michele in Foro
Erguida no lugar de um antigo fórum romano, os primeiros registros de uma igreja neste local datam de 795, mas a presente construção começou em 1070 e só foi finalizada no século 14, mesclando o estilo gótico e a escola românica de Pisa. A fachada combina camadas de mármore listrado, com colunas, arcos e esculturas no topo. Acima, quatro fileiras de galerias são decoradas com desenhos de animais reais e míticos. No topo, uma grande estátua de mármore do arcanjo Miguel matando o dragão, acompanhado por dois anjos.
O interior é simples, composto por três naves, transepto e abside semicircular. O campanário foi construído entre os século 12 e 19. O pavimento e colunas de mármore coríntias são originais. Suspenso na abside sobre o altar está um crucifixo de madeira pintado com a Virgem e São João, do final do século 12. Três obras de arte chamam a atenção: “Saints Helen, Jerome, Sebastian and Roch”, de Filippino Lippi; “Madonna and Child”, de Luca della Robbia; e “Madonna” (1476-1480), de Matteo Civitali (a pintura atual é uma réplica da original).
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7) Basilica di San Frediano
Fundada no século 6 por Fridianus, missionário e bispo irlandês, originalmente dedicada a São Vicente de Zaragoza. A construção atual é de 1112-47. Entre os séculos 14-16, o presbitério foi levantado acima da nave e um segundo corredor foi adicionado em cada lado para acomodar capelas das famílias nobres de Lucca. Do lado externo, um mosaico do século 13 em estilo bizantino que retrata o Cristo que sobe ao céu em uma mandorla transportada por dois anjos, enquanto os Doze Apóstolos olham de baixo.
No interior simples, destacam-se os (1) afrescos da Capela de Santo Agostinho, feitos por Amico Aspertini (1508-09), e esculturas da família Tenta, obras do escultor Jacopo della Quercia de Siena (1412-22); a (2) Fonte Lustrale, fonte românica do século 12 (destruída no final do século 18 e remontada em 1952) com painéis que retratam a história de Moisés, os Apóstolos e os meses; e o (4) relicário de vidro com o corpo mumificado intacto de Santa Zita (1218-1278) e várias telas dos séculos 16 e 17 que retratam episódios da sua vida
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8) Palazzo Pfanner e giardino
Sua construção foi iniciada em 1660 pela família Moriconi, comerciantes de seda e membros da antiga nobreza de Lucca. A propriedade está nas mãos dos Pfanner desde o século 19. Entre 1846 e 1929, o local foi a casa oficial da Cervejaria Pfanner, uma das primeiras cervejarias em funcionamento na Itália.
Aberta à visitação, a residência do Palazzo tem salas com afrescos pintados por volta de 1720, uma grande escadaria monumental (1686), vasto conjunto de mobiliário de época, objetos sagrados e uma estátua de madeira do século 14 do arcanjo Miguel. Sedia uma exposição de instrumentos e textos médicos que pertenceram ao Dr. Pietro Pfanner (1864-1935), cirurgião, filantropo e prefeito de Lucca entre 1920-1922.
O palácio conta com um vistoso jardim em estilo barroco italiano, com um lago em formato octogonal e uma fonte rodeados por quatro espaços verdes com plantas ornamentais, palmeiras, pinheiros e flores (rosas, magnílias e gerânios, entre outras), cada um representado por uma estátua da mitologia grega (Vulcan, Mercurius, Dionysus e Ocean), todas do século 18.
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9) Piazza Napoleone e Palazzo Ducale
Localizado no lado oeste da praça, o Palazzo Ducale, também conhecido como conhecida "Palazzo Pubblico" começou a ser erguido em 1578, finalizado apenas no século 19. Atualmente é sede da Prefeitura de Lucca. A história do local começa em 1316, quando o “condottiero” Castruccio Castracani mandou construir no local a Fortezza Augusta, um enorme complexo que cobria cerca de um quinto da cidade, destruído em 1370. A fortaleza foi restaurada por Paul Guinigi em 1401, mas novamente destruída em 1429.
Conhecida como “Piazza Grande”, a Piazza Napoleone sempre foi o centro do poder político de Lucca, embora sua aparência tenha mudado muito com o passar dos séculos. O nome e o layout atuais da praça remontam ao período Napoleônico, quando o principado de Lucca foi governado por Elisa Bonaparte Baiocchi, irmã do conquistador, entre 1805-1815. Obra de arquitetos franceses e italianos, o projeto demoliu casas vizinhas e armazéns, tudo para dar maior prestígio ao Palazzo Ducale.
Ao lado da Piazza Napoleone fica o Teatro del Giglio, um dos mais antigos teatros públicos da Itália, erguido em meados do século 17. A construção atual data de 1817, e ainda recebe espetáculos de ópera, teatro e dança.
Lucca vista da Torre Guinigi
Onde comer:
sábado, 2 de agosto de 2014
30 dias na Itália: Lucca, Toscana
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